30% estão endividados é a realidade que marcou o final de 2024, segundo dados da Confederação Nacional de Comércio. Em São Paulo, o número de inadimplentes alcançou o patamar de 29,3%, enquanto a média nacional mostrou uma leve redução no total de famílias endividadas. Este contraste revela disparidades regionais e levanta questões importantes sobre os impactos econômicos e sociais da inadimplência.
O aumento da inadimplência foi mais sentido entre as famílias de baixa renda, com 80,5% delas enfrentando dificuldades financeiras. As altas taxas de juros e a inflação dificultaram o acesso ao crédito, prolongando o prazo médio de quitação das dívidas para 7,4 meses. A seguir, compreenda os fatores que influenciam esses números e descubra possíveis caminhos para minimizar seus impactos.
O peso da inflação sobre o endividamento
A relação entre inflação elevada e inadimplência não se limita ao aumento direto no custo de vida. Juros altos encarecem financiamentos, tornando mais difícil honrar compromissos financeiros. Em 2024, enquanto a inflação pressionava o orçamento familiar, o índice de comprometimento médio da renda com dívidas chegou a 29,8%, prejudicando o poder de compra e dificultando a renegociação de pagamentos em atraso.

30% estão endividados: um panorama regional e social
As estatísticas refletem realidades distintas entre as regiões e classes sociais. Famílias de baixa renda, mais vulneráveis a oscilações econômicas, enfrentam dificuldades para manter contas em dia. Estudos apontam que 13% dessas famílias já lidam com dívidas vencidas, enquanto a média nacional para endividamento geral é de 76,7%. A desigualdade econômica aprofunda a dificuldade de acesso a créditos mais vantajosos e empurra muitas famílias para situações de risco financeiro.
Educação financeira como ferramenta indispensável
A falta de educação financeira é um dos principais fatores que agravam o endividamento. Segundo especialistas, apenas 35% da população possui conhecimentos básicos sobre planejamento financeiro. Sem estratégias eficazes para gerir o orçamento, muitas famílias caem em armadilhas, como juros rotativos do cartão de crédito, que ultrapassaram 400% ao ano no período recente. Oferecer educação financeira ampla e acessível poderia reduzir significativamente os índices de inadimplência.
Perspectivas econômicas para 2025
Mesmo com uma ligeira melhora no comprometimento médio da renda com dívidas, o cenário para 2025 mantém desafios importantes. Taxas de juros persistem elevadas, e a inflação mostra resistência a cair. Economistas sugerem políticas públicas focadas em crédito mais acessível e programas de renegociação de dívidas como alternativas viáveis para reduzir o impacto sobre as famílias mais vulneráveis.
- A inflação e os juros altos influenciam diretamente no aumento da inadimplência.
- Famílias de baixa renda compõem 80,5% do grupo mais endividado.
- A educação financeira é essencial para evitar armadilhas do crédito rotativo.
- Políticas públicas podem reduzir as barreiras de acesso a crédito e renegociação.