Mais de 100 peças em barro produzidas na Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros foram selecionadas para integrar uma mostra nacional no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro. A exposição “Sinta o Sul – Bioma Mata Atlântica” abre ao público em 16 de maio e segue até 15 de outubro, com entrada gratuita, reunindo obras dos três estados do Sul do país.
A Escola de Oleiros representa Santa Catarina na exposição com criações que mantêm viva a herança dos primeiros colonizadores açorianos. A iniciativa valoriza o artesanato tradicional como elemento de identidade cultural, ao mesmo tempo em que projeta a cidade de São José em uma das maiores vitrines da arte popular brasileira.
Exposição destaca o artesanato da Mata Atlântica
A mostra ocupa os salões do CRAB, localizado na Praça Tiradentes, centro histórico do Rio. O projeto visa evidenciar o vínculo entre o artesanato e o bioma da Mata Atlântica, destacando técnicas, materiais naturais e histórias transmitidas entre gerações. A presença de São José ocorre por meio de uma parceria entre o CRAB e o Sebrae da região Sul.

Cada peça josefense evidencia a conexão com a natureza, seja pela modelagem do barro local, seja pelas formas que remetem à fauna, flora e paisagens catarinenses. A seleção contempla obras de mestres ceramistas e de alunos da escola, cuja produção dialoga com memória, identidade e sustentabilidade.
Escola de Oleiros é referência na arte cerâmica
Fundada em 1992, a Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros atua há 32 anos como centro de formação cultural. A unidade, situada no bairro Ponta de Baixo, já capacitou mais de cinco mil alunos e mantém hoje cerca de 190 estudantes de diferentes faixas etárias. O modelo pedagógico combina técnicas tradicionais com práticas contemporâneas da cerâmica artística.
No contexto latino-americano, a escola figura como única em sua categoria, com ensino gratuito e foco na preservação de um saber ancestral. A produção artesanal de louça de barro, que garantiu o sustento de inúmeras famílias josefenses, volta a ocupar espaço como bem cultural relevante e vetor da economia criativa.
Legado de Joaquim Medeiros molda a identidade josefense
O nome da escola remete a Joaquim Antônio de Medeiros, mestre oleiro que, em 1918, assumiu uma das olarias da região da Ponta de Baixo. Seu empenho em manter viva a técnica de modelagem em barro atravessou décadas de desvalorização do ofício. Nas palavras da coordenadora da escola, Tereza Bez, cada peça moldada hoje ainda ecoa esse compromisso com a memória.
Até a década de 1950, cerca de 20 olarias operavam em São José. A industrialização reduziu o número para quatro em atividade atualmente. A escola, instalada em uma antiga olaria, transforma a tradição em ferramenta educativa e instrumento de resgate histórico. A instituição também participa de feiras, congressos e exposições pelo país.

Cultura local ganha projeção nacional com apoio institucional
A participação na mostra no CRAB ocorre com suporte da Secretaria de Cultura e Turismo de São José, que vê na iniciativa uma oportunidade de fortalecer o artesanato como expressão de identidade e como ferramenta de inclusão produtiva. Para o secretário Toninho da Silveira, a visibilidade alcançada projeta a cidade para além dos limites regionais.
Com entrada gratuita e funcionamento de terça a sábado, a exposição no CRAB insere São José no mapa das expressões culturais em destaque no país. Trata-se de uma ação com potencial educativo e turístico, promovendo o intercâmbio de saberes e contribuindo para o fortalecimento da cultura popular brasileira.
Pontos importantes
- Mais de 100 peças artesanais em barro integram mostra no CRAB, no RJ
- Escola de Oleiros representa São José e Santa Catarina
- Instituição é referência nacional na preservação da cerâmica
- Exposição celebra cultura e natureza do bioma Mata Atlântica
- Evento gratuito vai até 15 de outubro, com apoio do Sebrae e prefeitura