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Bebês reborn: arte, polêmica e os novos projetos de lei

Vídeos de mulheres cuidando de bonecas como se fossem filhos reais viralizaram nas redes nas últimas semanas. A tendência trouxe à tona debates jurídicos, sociais e culturais sobre o papel da arte reborn no cotidiano de milhares de pessoas.

A repercussão levou a ações diretas do poder público. Projetos de lei surgiram em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro para regulamentar o uso das bonecas e impedir abusos como o uso indevido de filas e atendimentos prioritários.

O que são os bebês reborn e como se tornaram fenômeno

A arte reborn, surgida nos anos 90, envolve a criação manual de bonecas extremamente realistas, com detalhes que imitam bebês recém-nascidos: veias, pelos, textura da pele e até peso corporal proporcional. Cada exemplar pode levar semanas para ser produzido.

Bebês reborn: arte, polêmica e os novos projetos de lei
Entenda o que são bebês reborn, por que geram tanta polêmica e como estão influenciando leis e debates públicos.

Inicialmente, essas bonecas despertavam interesse de colecionadoras e artistas. No entanto, com o avanço das redes sociais, a exposição das interações entre adultos e bonecas assumiu outro patamar. Vídeos no TikTok e Instagram exibem trocas de fraldas, consultas médicas simuladas e passeios com carrinho de bebê. Com isso, o debate ultrapassou os limites da arte.

Reações nas redes e nas ruas ao comportamento de colecionadoras

Embora não seja crime cuidar de uma boneca, parte da população passou a reagir com estranheza ou até indignação diante de cenas cotidianas com os reborn. Comentários sobre a saúde mental das envolvidas, além de piadas e ofensas, inundaram as redes.

A controvérsia chegou ao transporte público. Em Curitiba, a prefeitura precisou se manifestar oficialmente para afirmar que mães de reborn não têm direito ao assento preferencial. O argumento se baseou na definição legal de “criança de colo”, o que não se aplicaria a bonecas, ainda que sejam tratadas como filhos por algumas mulheres.

Projetos de lei querem impedir o uso indevido de benefícios públicos

Na Câmara dos Deputados, um projeto de lei apresentado em março prevê multa de até 20 salários mínimos para quem tentar utilizar reborns para obter vantagens destinadas a crianças de verdade. O foco da proposta é impedir distorções legais, como o uso das bonecas para furar filas ou conseguir atendimento médico.

Na Câmara de São Paulo, outro projeto pretende proibir a inclusão de reborns no sistema de regulação do SUS. No Rio, o tom é distinto: um PL propõe criar o “Dia da Cegonha Reborn” em homenagem às artesãs da área. Esse cenário evidencia que a discussão sobre o tema não se esgota na crítica: envolve arte, saúde mental e os limites da convivência em sociedade.

Ciência e comportamento: o que está por trás da relação com bonecas realistas

Pesquisadores da psicologia e da psiquiatria já exploraram o vínculo emocional de pessoas com bonecas reborn. Embora não exista consenso, estudos apontam que esse tipo de interação pode funcionar como substituto simbólico de perdas gestacionais, traumas ou como apoio emocional.

Em casos específicos, como em mulheres que vivenciaram o luto perinatal, as bonecas poderiam desempenhar papel terapêutico. No entanto, a ausência de regulamentação torna difícil distinguir entre uso saudável e comportamento disfuncional, abrindo espaço para julgamento social e reações legislativas muitas vezes apressadas.

• Bonecas reborn são criações hiper-realistas produzidas artesanalmente
• Vídeos de cuidados com bonecas viralizaram e geraram controvérsias
• Projetos de lei foram propostos para impedir abusos em serviços públicos
• Psicologia sugere que bonecas podem ajudar em casos de luto ou trauma

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