Mais de 3 mil pessoas ocuparam o Centro Histórico de São José neste fim de semana para prestigiar a 173ª edição da Festa do Divino Espírito Santo. Cortejos, missas e atrações culturais marcaram a celebração que já nasceu grande e superou as expectativas da organização.
Com raízes profundas na cultura açoriana, o evento mobilizou fiéis, turistas e moradores em um ambiente que combinou espiritualidade e confraternização. A intensa programação segue até esta segunda-feira com destaque para o encerramento conduzido pelo arcebispo Dom Wilson Jonck.
Festa do Divino conecta tradição e comunidade
Originada em 1851, a Festa do Divino Espírito Santo de São José simboliza a resistência e continuidade de práticas culturais herdadas dos colonizadores açorianos. Declarada patrimônio imaterial da cidade, a festa serve como ponte entre gerações, unindo passado e presente no espaço simbólico do Centro Histórico.

A presença da Família Imperial, figura central do cortejo, traduz a representação do poder espiritual sob o olhar da comunidade. Esse elemento lúdico e ritualístico reforça a identidade local e reativa a memória coletiva de um povo profundamente ligado à fé.
Cortejos arrastam multidão pelas ruas históricas
Dois grandes cortejos movimentaram as ruas de paralelepípedo do Centro Histórico, em momentos distintos do domingo. Um pela manhã e outro no início da noite, ambos liderados pela representação da Família Imperial. Vestidos com trajes cerimoniais, os integrantes do cortejo atravessaram o centro entre cantos, rezas e aplausos.
A participação popular foi espontânea e vibrante, mostrando que mesmo em tempos de forte digitalização das relações sociais, há espaços onde o presencial ainda reina. A tradição segue viva porque fala diretamente ao coração dos josefenses.
Missas solenes sustentam o espírito da celebração
Com o altar central montado na Igreja Matriz, as celebrações eucarísticas deram o tom religioso à programação. A missa solene de sábado e as cerimônias subsequentes atraíram centenas de fiéis em busca de renovação espiritual e bênçãos.
A presença do arcebispo Dom Wilson Jonck no encerramento reforça o caráter oficial da festa dentro do calendário litúrgico. Com base na doutrina cristã, a Festa do Divino remonta ao século XIV e chegou ao Brasil pelos colonizadores portugueses, preservando simbolismos como a pomba branca e o império do Espírito Santo.


Gastronomia, feirinha e brincadeiras ampliam experiência
Além dos aspectos religiosos e culturais, a festa ofereceu uma ampla gama de atrações gastronômicas. A tradicional Divina Sopa abriu a programação, marcando a noite de sexta-feira com partilha e reencontros. No domingo, o almoço comunitário reuniu famílias inteiras sob tendas montadas na praça.
A feirinha de artesanato, os brinquedos infláveis e a tarde de prêmios funcionaram como elementos de convivência social, promovendo integração entre públicos diversos. A estrutura de segurança e acolhimento foi essencial para garantir a tranquilidade do evento.
Tradição como vetor de identidade cultural
Mais que uma festa, o evento cumpre papel de afirmação identitária. O município de São José tem na Festa do Divino uma de suas mais fortes expressões culturais. A continuidade da celebração por 173 anos evidencia a valorização da memória e a capacidade da comunidade em se organizar coletivamente.
A entrega do bastão à próxima família festeira de 2026 encerra simbolicamente o ciclo deste ano, iniciando outro processo de preparação que envolve fé, trabalho voluntário e muita dedicação.
- Mais de 3 mil pessoas passaram pelo Centro Histórico durante o fim de semana
- Cortejo da Família Imperial marcou presença em três momentos da festa
- Missa solene com Dom Wilson Jonck encerra a programação nesta segunda
- Evento foi reconhecido como patrimônio imaterial de São José
- Gastronomia, artesanato e brincadeiras fizeram parte da estrutura oferecida