Mais de uma centena de representantes públicos e privados do setor de saneamento reuniram-se em Florianópolis nesta segunda-feira (9), em um evento promovido pelo movimento Floripa Sustentável. Com o Marco do Saneamento como foco, a Capital traça planos para alcançar 90% de cobertura de esgoto até 2033, cumprindo a meta prevista por lei. A cidade registra, atualmente, um crescimento de 14% desde 2022 e projeta 82% até 2027.
O encontro contou com gestores de empresas como Casan, AEGEA e Sanepar, além do prefeito Topázio Neto, parlamentares estaduais e técnicos especializados. Entre os anúncios, a implantação de estações compactas e novos investimentos foram destacados como estratégias para ampliar o serviço nos bairros mais críticos da cidade.
Meta de 90% no esgoto segue exigência do Marco do Saneamento
O Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020, determina que até 2033 os municípios brasileiros atendam 99% da população com água potável e 90% com esgoto tratado. Florianópolis tem hoje 74% de cobertura no sistema de esgoto e aposta em ações integradas para alcançar a meta. O investimento anunciado por autoridades locais soma R$ 1,5 bilhão até o fim de 2025, com prioridade para regiões da Ilha que enfrentam maiores restrições técnicas e ambientais.
Pequenas estações são solução para áreas críticas
Nos bairros do Sul da Ilha, como Campeche, Carianos e Ribeirão da Ilha, onde licenças ambientais costumam atrasar as obras de infraestrutura, a Casan aposta na instalação de estações menores e descentralizadas. Projetadas para reduzir o impacto ambiental e acelerar a entrega de resultados, essas unidades vêm sendo adotadas conforme um modelo de engenharia adaptado à geografia local. O modelo apresenta vantagens operacionais, permitindo o monitoramento técnico com menor custo de operação e manutenção.
Aliança entre instituições busca destravar licenças
Durante o evento, o Floripa Sustentável propôs uma força-tarefa envolvendo entidades públicas, órgãos ambientais e o Ministério Público para resolver entraves burocráticos. A proposta é levantar todos os processos judiciais, licenças e embargos que hoje impedem o avanço das obras e criar um plano integrado de resolução. A medida pretende acelerar a liberação de projetos considerados essenciais para cumprir o cronograma previsto.
Parcerias público-privadas ganham espaço nas discussões
A presença de representantes da AEGEA, grupo privado que atua no saneamento em diversos estados, e da Sanepar, empresa pública do Paraná, trouxe ao debate exemplos de concessões e parcerias bem-sucedidas. Os modelos defendem uma maior participação da iniciativa privada para acelerar obras e promover eficiência operacional, sobretudo em municípios pequenos. Em Santa Catarina, tramita projeto de lei que permite consórcios intermunicipais para ampliar a capacidade de atendimento.
Saneamento como eixo estratégico da sustentabilidade urbana
A evolução dos indicadores de saneamento vem sendo tratada por especialistas como ponto de inflexão para outras áreas da cidade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada R$ 1 investido em saneamento, economiza-se até R$ 4 em saúde pública. Florianópolis, ao buscar universalizar o acesso à água tratada e ao esgoto, projeta impactos diretos na qualidade das águas costeiras, no turismo e no crescimento ordenado das regiões urbanas.
- Meta legal de 90% de cobertura de esgoto até 2033 exige investimentos robustos
- Casan anunciou R$ 1,5 bilhão para obras e pequenas estações descentralizadas
- Sul da Ilha concentra maiores desafios ambientais e operacionais
- Força-tarefa pretende destravar licenças ambientais e judiciais
- Parcerias público-privadas surgem como solução para acelerar metas
