Com foco na recuperação da biodiversidade original das dunas da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, a CASAN coordena uma série de ações baseadas em técnicas de restauração ecológica. O investimento de R$ 27 milhões reúne estudos científicos, manejo ambiental e transposição de material biológico da própria restinga. As intervenções ocorrem nas imediações da Lagoa de Evapoinfiltração do sistema de esgoto sanitário.
O trabalho, conduzido pela Gerência de Meio Ambiente da companhia, envolve desde o controle de espécies invasoras até a revegetação com plantas nativas. Especialistas destacam que o esforço alia segurança para comunidades locais e valorização ambiental da região, hoje considerada sensível e ameaçada pela urbanização.
Controle de exóticas reforça resiliência ambiental
Erradicar espécies não nativas tem sido o primeiro passo do projeto. Organismos como o margaridão-mexicano, o capim-braquiária e o pinus têm sido alvo de manejo rigoroso, conforme orientações da Resolução CONSEMA Nº 08/2012. Esses vegetais tendem a comprometer o equilíbrio da restinga, dificultando a regeneração das espécies autóctones.
A presença dessas plantas altera a dinâmica do solo e pode causar perda de nutrientes, além de aumentar o risco de incêndios. Controlar essas espécies favorece o retorno da biodiversidade original, resgatando um ecossistema vital para o ciclo hídrico e a estabilidade do solo nas dunas da região.
Transposição de solo e serapilheira regenera o terreno
O uso de serapilheira – camada composta por folhas secas, galhos e sementes – tem se mostrado fundamental para a restauração. Esse material, transferido de áreas saudáveis para trechos degradados, contribui para o enriquecimento biológico do solo, liberando nutrientes e promovendo a germinação natural.
Essa técnica, associada à transposição de mudas e touceiras, permite que microrganismos nativos colonizem o ambiente restaurado. Estudos apontam que áreas tratadas com serapilheira apresentam maior sucesso na reintrodução de vegetação nativa, além de estabilidade ecológica mais rápida.
Taludes das dunas ganham reforço técnico e ambiental
Para evitar erosões e novos processos de degradação, os taludes das dunas foram avaliados com base em estudos geotécnicos, hidrológicos e hidráulicos. A partir dessa análise, definiram-se níveis operacionais de água mais seguros para a Lagoa de Evapoinfiltração, aliando o funcionamento do sistema à conservação do entorno.
Engenheiros e especialistas ambientais reforçaram os taludes com técnicas de contenção, como o chamado “Muro Verde”, e monitoram os efeitos da umidade e da ocupação urbana. O reforço nessas estruturas permite maior resiliência contra chuvas intensas e garante proteção à população local.
Sistema de esgoto passa a operar com tratamento terciário
Outro eixo do projeto envolve a modernização do sistema de esgotamento sanitário. A CASAN implantou o tratamento terciário dos efluentes, que reduz substâncias orgânicas e nutrientes que causam eutrofização. A medida melhora a qualidade da água e reduz o impacto sobre a lagoa.
Com isso, a água devolvida ao meio ambiente se torna mais compatível com os parâmetros naturais, reduzindo o risco de proliferação de algas e perda de oxigênio. Essa atualização técnica sustenta a recuperação da Lagoa da Conceição com base em evidências e padrões ambientais rigorosos.
Pontos-chave
- Controle rigoroso de espécies exóticas invasoras como pinus e braquiária
- Uso de serapilheira nativa para regeneração biológica do solo
- Avaliação técnica e contenção dos taludes com base em estudos especializados
- Reforço da vegetação nativa com transposição de mudas e sementes locais
- Sistema de tratamento de esgoto atualizado para nível terciário
