A travessia pelo canal da Barra da Lagoa, em Florianópolis, voltou a ser segura após a conclusão da obra emergencial que removeu cerca de 16 mil metros cúbicos de sedimentos. A intervenção durou o mês de julho e foi essencial para recuperar a navegabilidade, ameaçada por um assoreamento que limitava drasticamente a passagem de embarcações.
A operação, conduzida pela prefeitura em parceria com a ACIF, ampliou a largura do canal de pontos críticos com menos de 6 metros para uma média de 20 metros. A profundidade também foi ajustada para 2 metros ao longo dos 550 metros trabalhados, permitindo o tráfego de barcos de pesca artesanal e de transporte local com mais segurança.

Drenagem e desassoreamento do Canal da Barra da Lagoa
A obstrução parcial do canal comprometia não só a atividade pesqueira, base econômica da comunidade, mas colocava em risco a segurança da navegação local. Com a dragagem iniciada em 1º de julho e concluída em apenas 30 dias, as embarcações voltaram a circular em área que estava praticamente interditada por bancos de areia e acúmulo de matéria orgânica.
O método utilizado envolveu uma draga flutuante, equipamento que realiza a sucção do material acumulado no fundo e seu transporte até uma área controlada nas margens da Lagoa da Conceição. O local de depósito, ao lado da SC-406, foi preparado para receber o material com medidas de contenção e redistribuição, evitando danos ao meio ambiente imediato.
Aspectos técnicos da intervenção e critérios ambientais
Os 16 mil m³ de sedimentos retirados equivalem ao necessário para cobrir 40 campos de futebol. A retirada desse volume exigiu planejamento técnico para preservar a estrutura ecológica da região. O acompanhamento ambiental foi garantido pela Floram desde o início da operação. Um plano de enriquecimento da área utilizada como bota-fora está previsto, com o plantio de espécies nativas da restinga.

A ação emergencial teve caráter preventivo, reduzindo o impacto de futuras enchentes e evitando novos bloqueios da via aquática. Estudos hidrodinâmicos anteriores apontavam o assoreamento como crescente, principalmente nos meses de maior volume de chuvas. A escolha pelo método de sucção hidráulica, em vez de dragagem mecânica, reduziu os impactos ao ecossistema bentônico e à fauna aquática local.
Impacto direto na pesca artesanal e transporte local
A normalização da largura e profundidade do canal resgata a rotina de pescadores e moradores que dependem do tráfego seguro entre a lagoa e o mar. Nas últimas semanas antes da obra, embarcações ficavam encalhadas ou evitavam o trajeto, obrigando mudanças de rota ou interrupções da atividade pesqueira.
A restauração do canal já vem sendo percebida no cotidiano da comunidade da Barra da Lagoa, conhecida por preservar tradições ligadas à pesca artesanal. Com a fluidez da passagem restabelecida, há uma expectativa de melhora no escoamento de produtos locais, além de ganhos para o turismo náutico.
Próximos passos e monitoramento do canal
Mesmo com a obra concluída, o trecho dragado passará por monitoramento técnico contínuo, com foco em manter os padrões de navegabilidade atingidos. Segundo a Secretaria de Infraestrutura, novos estudos sobre desassoreamento permanente deverão ser pautados em breve, visando consolidar a manutenção como uma política pública de longo prazo.
A gestão da área de deposição do material dragado também se manterá sob observação. O enriquecimento ambiental com espécies de restinga e o nivelamento da areia deslocada indicam um esforço da prefeitura em equilibrar infraestrutura e preservação.
• Intervenção durou 30 dias e removeu 16 mil m³ de sedimentos
• Largura média do canal aumentou para 20 metros
• Profundidade ajustada para 2 metros em toda a extensão
• Obra garantiu segurança para pesca e navegação local
• Dragagem teve monitoramento ambiental contínuo