Dados recentes do Ministério da Educação apontam que pouco mais da metade das crianças do 2º ano do ensino fundamental atingiu o nível esperado de alfabetização em 2024. A meta nacional de 60% ficou perto, mas sem ser alcançada, principalmente por efeitos adversos decorrentes das enchentes no Rio Grande do Sul.
A avaliação mostra variações importantes entre estados e municípios, com 18 unidades federativas melhorando seu desempenho e seis apresentando retrocessos, um retrato das desigualdades educacionais brasileiras.

Indicador Criança Alfabetizada e suas implicações para o ensino fundamental
O Indicador Criança Alfabetizada usa como base as avaliações do Saeb, aplicadas nas redes estaduais e municipais para identificar se a criança está alfabetizada ao fim do 2º ano. A definição desse nível passa por critérios técnicos, como alcançar ao menos 743 pontos na escala do Saeb, e serve para monitorar a evolução da alfabetização no país.
A adoção ampla do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada permite acompanhar o progresso anual e identificar obstáculos locais para a alfabetização, promovendo ajustes nos planos educacionais.
Variação entre estados: crescimento, estagnação e queda
Entre os estados que melhoraram o desempenho, figuram unidades que investem em políticas educacionais estruturadas, com formação continuada para professores e recursos pedagógicos adaptados. Já as seis unidades que recuaram indicam a influência de fatores externos, como a crise climática que afetou o Rio Grande do Sul, e também problemas internos relacionados a gestão e infraestrutura escolar.
Esse contraste reforça a necessidade de estratégias diferenciadas para cada realidade local, valorizando as especificidades regionais e sociais.

Efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 interromperam o calendário escolar e limitaram o acesso de crianças às escolas, com impacto direto na aprendizagem. A queda de quase 20 pontos percentuais na alfabetização representa uma situação crítica, não apenas do ponto de vista educacional, mas também social, considerando o efeito prolongado dessa crise na vida das famílias afetadas.
Medidas emergenciais e investimentos em recuperação educacional são fundamentais para evitar que os prejuízos se consolidem e comprometam o futuro dos estudantes.
Caminhos para ampliar a alfabetização na idade certa
A alfabetização no Brasil demanda políticas públicas alinhadas com dados científicos e sociais. O uso do indicador padronizado facilita a avaliação constante, mas exige o compromisso dos entes federados para corrigir defasagens. A meta progressiva até 2030 sugere que avanços são possíveis, porém dependem de atenção contínua a fatores locais, formação de professores e adaptação pedagógica.
- Alfabetização nacional ficou em 59,2%, levemente acima de 2023.
- Rio Grande do Sul apresentou queda expressiva, atribuída a enchentes.
- Indicador se baseia na escala do Saeb e avaliações municipais e estaduais.
- Seis estados pioraram o desempenho; 18 melhoraram em relação a 2023.
- Compromisso Nacional conta com quase total adesão de municípios e estados.
- Estratégias locais são fundamentais para enfrentar desigualdades regionais.
- Crises ambientais podem afetar fortemente o acesso e o aprendizado escolar.
- Formação docente e políticas específicas são pilares para metas futuras.