O fogo que atingiu o Mercado Público de Florianópolis em agosto de 2005 marcou uma das páginas mais dramáticas da cidade. A tragédia, iniciada em um box de alimentação, deixou rastros que ultrapassaram os limites físicos da edificação, atingindo toda a comunidade.
Vinte anos depois, a lembrança permanece não apenas como símbolo de perda, mas como motor de transformações em normas de segurança, fiscalização de estabelecimentos e conscientização coletiva sobre riscos de incêndios.

Incêndio no Mercado Público
O sinistro teve início às 8h da manhã, quando uma fritadeira elétrica provocou o primeiro foco. Em poucos minutos, as chamas tomaram os dois andares do prédio, alimentadas por tecidos, calçados e botijões de gás. O avanço foi tão intenso que apenas a ação integrada de 12 viaturas, vindas de diferentes municípios da Grande Florianópolis, impediu uma destruição ainda maior.
As operações se estenderam por mais de 24 horas, com bombeiros atuando em rescaldo até o dia seguinte. O cenário caótico transformou-se em alerta para gestores e técnicos sobre a fragilidade de edificações sem sistemas modernos de proteção.
Análise técnica e científica
O relatório pericial apontou que a presença de botijões de gás dentro do prédio impediu a extinção rápida do incêndio. Estudos de engenharia de segurança mostram que líquidos inflamáveis e cilindros pressurizados aceleram o processo de ignição, multiplicando em até quatro vezes o poder destrutivo das chamas.
O episódio destacou a necessidade de planos de contingência e monitoramento constante em mercados e centros comerciais, onde cozinhas operam lado a lado com depósitos de mercadorias.
Prevenção em foco
Depois de 2005, o Mercado Público passou por reformas estruturais, adotando sprinklers, detectores de fumaça e brigadas treinadas. Essas medidas já mostraram resultados em 2023, quando um novo foco de incêndio foi extinto de forma automática pelo sistema preventivo.
A fiscalização se intensificou em toda a cidade, trazendo para a pauta a ideia de que segurança contra incêndios deve ser encarada como investimento essencial, não como despesa eventual.
O impacto atual
Hoje, a data de 19 de agosto serve como marco para campanhas de conscientização conduzidas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Comerciantes e visitantes percebem maior confiança ao frequentar o espaço, resultado direto de duas décadas de mudanças inspiradas pela tragédia.
A memória do incêndio permanece viva, guiando a evolução da segurança e reforçando o valor da prevenção para proteger vidas e patrimônios culturais.
- Incêndio iniciou em box de alimentação no Mercado Público
- Fogo se espalhou por materiais inflamáveis e botijões de gás
- Bombeiros de quatro cidades atuaram no combate
- Laudos técnicos reforçaram falhas estruturais do prédio
- Reformas instalaram sprinklers e reforçaram a fiscalização
