Marcada para novembro, a COP30 trará líderes globais a Belém para debater o futuro climático do planeta. O evento, que deve atrair cerca de 50 mil pessoas, enfrenta um desafio logístico sem precedentes na região amazônica. Com menos de cem dias para a abertura, delegações expressam preocupação com custos elevados e falta de hospedagem.
A escolha de Belém como sede partiu do presidente Lula, que busca aproximar os participantes da realidade amazônica. No entanto, a estrutura urbana e a rede hoteleira limitadas colocam em risco a imagem inclusiva que o Brasil quer projetar.

Hospedagem sob pressão
Dados oficiais indicam que Belém dispõe de 53 mil leitos, incluindo hotéis, Airbnb, cruzeiros e aluguéis de temporada. Só os hotéis somam 14.547 quartos, número considerado insuficiente por parte das delegações estrangeiras. Preços dispararam a patamares extremos, com registros de aumentos de até 15 vezes acima da média histórica.
Pacotes subsidiados foram criados para apoiar delegações de países em desenvolvimento, limitando-se a 15 quartos por noite a valores entre US$ 100 e US$ 200. As demais delegações têm acesso a 10 quartos, pagando entre US$ 200 e US$ 600. Especialistas alertam que a diferença de preços pode comprometer negociações climáticas ao restringir a participação de nações mais vulneráveis.

Lula mantém decisão e planos avançam
Mesmo diante da pressão internacional, Lula reafirma que a COP30 não será transferida para outra cidade. Dois navios ancorados no Porto de Outeiro abrigarão parte dos participantes, mas a distância do local principal da conferência gera preocupações com transporte.
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Pará acusa campanhas de desinformação de amplificar os problemas. O órgão defende que novos quartos estão sendo disponibilizados e incentiva delegações a compartilharem acomodações para reduzir custos.
- COP30 ocorrerá em novembro com 50 mil participantes
- Belém oferece 53 mil leitos, incluindo hotéis e cruzeiros
- Diárias chegaram a custar 15 vezes mais que o normal
- Pacotes especiais atenderão países em desenvolvimento
- Lula descarta mudar sede da conferência
- Associação de hotéis critica campanhas negativas