Milhares de brasileiros adultos, que não concluíram a escolarização básica, vêm encontrando na EJA – Educação de Jovens e Adultos – a oportunidade de mudar sua realidade. Em escolas públicas e centros comunitários, o que se aprende vai muito além da leitura e escrita: há um reencontro com a cidadania.
A proposta de ensino voltada a adultos acontece em diversos bairros, com turmas à noite e conteúdo contextualizado. O modelo busca respeitar o tempo de quem trabalha, cuida da casa e, mesmo cansado, decide voltar a aprender.

Educação de jovens e adultos como ferramenta de transformação
A EJA não repete métodos da educação infantil nem adota uma linguagem simplificada. A proposta inclui temas que dialogam com a vida real: leitura de rótulos, interpretação de contratos, compreensão de direitos trabalhistas e até cálculos aplicados ao orçamento doméstico.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) aponta que cerca de 11 milhões de brasileiros com mais de 15 anos não sabem ler nem escrever. Ao mirar esse público, a EJA se torna um eixo de inclusão social e econômica.
Impactos emocionais e sociais do aprendizado
Mais do que aprender a escrever, adultos relatam sentir-se respeitados e reconhecidos ao ingressar na EJA. Há casos em que o simples ato de assinar o próprio nome trouxe lágrimas, orgulho e senso de pertencimento.
Os professores relatam melhora significativa na autoestima e nas relações familiares dos estudantes. Filhos passam a ajudar os pais com tarefas da escola, e em muitos lares, aprender vira uma atividade coletiva.
Programas de alfabetização e o fortalecimento emocional
O impacto da alfabetização em adultos ultrapassa os resultados pedagógicos. A inserção em grupos de estudo ajuda a quebrar ciclos de isolamento e resgata o sentimento de utilidade. Muitos alunos relatam que, após retornarem à sala de aula, passaram a se expressar melhor, a questionar mais e a participar com mais autonomia das decisões em casa ou no trabalho.
Mais do que conteúdo, os programas de alfabetização geram pertencimento, dignidade e reconexão com a própria história. Aprender torna-se um gesto de cura emocional e reinvenção da trajetória pessoal.
• EJA atende jovens e adultos com escolaridade incompleta
• Conteúdos envolvem direitos, finanças e linguagem do cotidiano
• Aprender aumenta autoestima, autonomia e integração familiar
• Alfabetização reativa a cidadania e melhora relações sociais
• Impacto emocional inclui dignidade e quebra do isolamento