A capital catarinense fechou os últimos 12 meses com a maior taxa de inflação entre 17 capitais brasileiras: 6,84%. Os dados do Índice de Custo de Vida da Udesc, divulgados nesta terça-feira (13), colocam Florianópolis no topo do ranking, à frente da média nacional de 5,53%, medida pelo IBGE.
O aumento tem pressionado a renda das famílias, principalmente pelo encarecimento dos alimentos. Café, carnes e hortaliças aparecem entre os itens com maiores variações, sinalizando um impacto direto no orçamento doméstico.
Alta de alimentos pressiona orçamento familiar
Entre os grupos analisados, alimentação e bebidas concentram os maiores aumentos, com média de 9,65%. O café em pó lidera com 82,46%, seguido de perto pelo café solúvel (66,83%) e o tomate (38,60%). A carne vermelha também mostra forte avanço: costela bovina (31,39%) e filé mignon (30,99%).

Com isso, a cesta básica encarece de forma expressiva, obrigando famílias a reavaliar hábitos de consumo. A pressão recai sobretudo sobre os consumidores de renda mais baixa, que têm menor margem de adaptação diante de aumentos sucessivos.
Construção e vestuário infantil também encarecem
Fora do setor alimentício, outros itens que registraram altas expressivas incluem pedras para construção (+55,45%), móveis infantis (+35,13%), shorts e bermudas masculinas (+33,01%) e uniformes escolares (+31,51%).
A diversificação dos aumentos em diferentes segmentos evidencia o caráter disseminado da inflação. O encarecimento de produtos ligados à educação e à habitação amplia o impacto econômico sobre famílias com crianças em idade escolar.
Setores com maior variação acumulada
Entre os grupos com maior peso no índice da Udesc estão alimentação e bebidas (+9,65%), despesas pessoais (+8,67%), transportes (+7,93%) e habitação (+7,69%). Na educação, o avanço de 6,90% também representa pressão extra nos primeiros meses do ano letivo.
A coleta, que acompanha 297 itens desde 1968, revela uma fotografia detalhada da evolução dos preços em Florianópolis. O levantamento mensal oferece base técnica para o acompanhamento do custo de vida na capital.
Vestuário é o único grupo com queda de preços
Apesar do avanço generalizado, o vestuário apresentou retração de -1,16% no período. Já os grupos comunicação (+1,57%) e artigos de residência (+0,80%) tiveram variações pouco expressivas. Mesmo assim, não foram capazes de compensar a alta acumulada nos demais setores.
As flutuações setoriais refletem dinâmicas de oferta, demanda e sazonalidade. No caso dos alimentos, fatores climáticos e custos logísticos explicam parte da escalada. Já em habitação, o preço dos insumos de construção segue como ponto de atenção.
- Inflação de Florianópolis atinge 6,84% em 12 meses, maior do país
- Alimentos puxam alta, com café e tomate entre os itens mais caros
- Materiais de construção e vestuário infantil registram aumentos relevantes
- Habitação, transportes e despesas pessoais ampliam pressão sobre famílias
- Vestuário foi o único grupo com queda de preços no período