Uma tarde de música, cores e encontros marcou o Arraiá do SCFV nesta terça-feira (29) em São José. A festa reuniu cerca de 180 pessoas entre crianças, adolescentes e idosos atendidos pelos serviços da assistência social do município, numa ação que valorizou a convivência entre diferentes idades e experiências.
Comida típica, quadrilha, brincadeiras e danças regionais transformaram o espaço em um ponto de celebração popular. Mais do que uma festividade, o evento reforçou vínculos comunitários e ampliou a sensação de pertencimento entre os participantes.

Integração intergeracional como política pública
O Arraiá do SCFV ultrapassou a função de evento recreativo e assumiu o papel de estratégia institucional. As atividades planejadas buscam promover trocas entre diferentes ciclos de vida, combatendo o isolamento social dos idosos e estimulando a empatia nas crianças e adolescentes. As práticas intergeracionais vêm sendo recomendadas por instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) por seus efeitos positivos no bem-estar coletivo.
A presença ativa dos idosos durante as danças e brincadeiras ilustrou o protagonismo conferido a essa faixa etária, contrariando a lógica da passividade associada ao envelhecimento. Ao mesmo tempo, as crianças e adolescentes demonstraram engajamento afetivo, revelando que vínculos reais podem ser construídos com ações simples e acolhedoras.
Cultura popular como ferramenta de fortalecimento social
No SCFV, a cultura deixa de ser conteúdo didático para se tornar prática viva. Danças como o xote e a dança das fitas, somadas à decoração e gastronomia típicas, criaram uma atmosfera onde a memória afetiva e o patrimônio imaterial puderam emergir com força. Ao valorizar tradições, a festa reforçou a identidade local e estimulou o respeito à diversidade cultural.

Pesquisas na área da antropologia e da psicologia comunitária mostram que manifestações culturais são mediadoras fundamentais na construção de sentidos sociais. Nos territórios atendidos pela assistência social, tais práticas ganham ainda mais potência ao operar como linguagem de afeto e cidadania.
Assistência social como promotora de vínculos reais
O evento contou com a participação de 130 crianças e adolescentes e 50 idosos, todos atendidos por oficinas que incluem desde judô até cerâmica. A atuação contínua desses serviços permite que vínculos criados em momentos festivos se desdobrem em ações de cuidado cotidiano. O transporte, a alimentação, a escuta e a oferta de atividades educativas configuram uma rede que dá sustentação ao projeto de convivência.
A Secretaria de Assistência Social reforçou a importância de transformar cada encontro em uma oportunidade para reconhecer o território como espaço legítimo de afeto e proteção. Essa visão rompe com a ideia de políticas sociais fragmentadas e investe na transversalidade como método.
Impactos que vão além do evento
Embora a festa aconteça em um único dia, seus efeitos se espalham ao longo do ano. O reconhecimento dos idosos como agentes ativos, a exposição das crianças a experiências comunitárias e a apropriação dos espaços públicos criam novos repertórios de interação e segurança emocional.
Relatos dos profissionais envolvidos evidenciaram o impacto subjetivo do Arraiá, como o brilho nos olhos e os sorrisos espontâneos dos participantes. Esses sinais de bem-estar, ainda que não quantificados numericamente, compõem indicadores relevantes para a avaliação das ações sociais sob a ótica da qualidade de vida.
- Cerca de 180 pessoas participaram da festa
- Evento integrou diferentes faixas etárias
- Comidas, danças e brincadeiras celebraram a cultura popular
- Oficinas do SCFV atuam como suporte contínuo à convivência
- Idosos protagonizaram a vivência intergeracional
- Crianças e adolescentes fortaleceram vínculos comunitários