A Prefeitura de São José concluiu, em conjunto com a UFSC, a etapa comunitária do Plano Municipal de Redução de Riscos. A fase seguinte será a audiência pública, organizada pela universidade, para definir ajustes e consolidar o documento final.
O levantamento identificou 33 áreas de risco e apontou 13 setores em situação crítica, como nos bairros Forquilhas, Serraria e Jardim Cidade de Florianópolis. O município já protocolou pedido de R$ 18 milhões ao Ministério das Cidades para obras emergenciais.

Plano Municipal de Redução de Riscos em São José
A parceria com a UFSC trouxe ferramentas científicas ao mapeamento, como drones para análise topográfica e censos detalhados sobre a ocupação do solo. Esses dados serviram de base para entender como as encostas e cursos d’água respondem a períodos de chuva intensa. O material será usado para embasar decisões de engenharia e orientar projetos de contenção.
O plano entra em sintonia com a política federal de prevenção a desastres. São José faz parte de um grupo de 20 cidades brasileiras selecionadas para receber estudos aprofundados, dentro do Novo PAC Seleções, que prevê R$ 1,3 bilhão em obras de contenção em todo o país. Essa integração reforça a capacidade do município de acessar recursos e implementar intervenções de longo prazo.
Participação popular como ferramenta de prevenção
As reuniões comunitárias revelaram a percepção dos moradores sobre riscos do território. A experiência local, somada à análise técnica, permitiu construir uma visão mais próxima da realidade de cada bairro. Oficinas realizadas em escolas e associações de moradores apontaram caminhos de convivência mais segura com áreas suscetíveis a deslizamentos e alagamentos.
O engajamento da população tende a ser decisivo no processo de prevenção. Estudos de engenharia sanitária e ambiental mostram que áreas urbanas sujeitas a escorregamentos apresentam maior vulnerabilidade quando há ocupação irregular. A participação direta dos moradores ajuda a reduzir resistências sociais e amplia o efeito das medidas de adaptação.
Investimentos e obras previstas
A solicitação de R$ 18 milhões ao Ministério das Cidades prevê obras de drenagem, reforço de encostas e remoção de pontos críticos de ocupação. A Defesa Civil considera que as intervenções precisam ocorrer de forma emergencial nos setores de alto risco, já que a região passa por episódios recorrentes de chuvas fortes durante o verão.
Além das obras, o plano prevê ações educativas permanentes, como campanhas de alerta em caso de fortes temporais. Sistemas de sirenes, aplicativos de aviso e centros de abrigo temporário estão em estudo para integrar o modelo de prevenção.

Próximos passos do PMRR
A audiência pública organizada pela UFSC será o momento de apresentar os resultados técnicos e recolher novas contribuições. O encontro definirá a versão final do PMRR, que orientará o planejamento municipal até 2030.
A expectativa da Prefeitura é entregar o documento até 31 de agosto, reforçando a preparação da cidade contra os impactos das mudanças climáticas. A iniciativa coloca São José como referência em prevenção de riscos no litoral catarinense.
- 33 áreas de risco identificadas em São José
- 13 setores classificados como alto ou muito alto risco
- R$ 18 milhões solicitados ao Ministério das Cidades
- Estudos integram o Novo PAC Seleções, com R$ 1,3 bi em investimentos
- Audiência pública marcada antes da versão final do plano