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Baleeiras ganham vida em exposição no coração da Ilha

A memória viva das embarcações tradicionais do litoral catarinense ganha fôlego novo em Florianópolis. A exposição fotográfica Baleeiras da Ilha, em cartaz no restaurante Samburá até 16 de maio, revela detalhes e histórias desse símbolo náutico em extinção.

As imagens, clicadas por Cristina Gallo, entregam mais que beleza: documentam um modo de vida ameaçado, evocando as raízes da pesca artesanal e da identidade cultural da Ilha. A mostra integra o esforço coletivo de preservação do saber ancestral que moldou as baleeiras.

Baleeiras: resistência flutuante da cultura manezinha

Projetadas para o mar, as baleeiras surgiram em resposta direta às necessidades das comunidades pesqueiras. Construídas em madeira com técnica de sobreposição de tábuas – semelhante a escamas –, essas embarcações se diferenciam pelas curvas suaves do casco e pela resistência em alto-mar.

Baleeiras ganham vida em exposição no coração da Ilha
Fausto Andrade e Cristina Gallo

A construção segue padrões que vêm se perdendo com o tempo, já que as madeiras utilizadas passaram a ser protegidas por lei. O conhecimento técnico, guardado na memória de artesãos veteranos, corre o risco de desaparecer junto com eles.

Uma exposição que navega pela memória

Realizadas em 2021, as fotos da exposição foram registradas em diversas comunidades tradicionais de Florianópolis. Cores vibrantes, detalhes únicos de cada embarcação e o contexto de seus usos atuais compõem o ensaio fotográfico que valoriza a estética e a simbologia cultural.

Exposição em Florianópolis revela beleza e história das baleeiras catarinenses
Exposição em Florianópolis revela beleza e história das baleeiras catarinenses

As imagens estarão disponíveis no futuro portal baleeiras.com.br, ampliando o alcance do projeto e sua missão educativa. A itinerância da mostra começa no Samburá, um ponto emblemático da tradição ilhoa.

Samburá: quando o cenário também conta história

A escolha do restaurante Samburá para receber a mostra não resulta do acaso. O local, decorado com relíquias náuticas e comandado por Fausto Agenor de Andrade, atua como um museu vivo da cultura manezinha.

Ali, além de provar pratos típicos da culinária da Ilha, visitantes encontram peças originais, como canoas de 1875 penduradas no teto, e histórias contadas com emoção por quem viveu a transformação da região.

Uma economia criativa que financia a preservação

As fotografias da exposição estão à venda. Toda a renda será revertida para dar continuidade ao Projeto Baleeiras da Ilha. Trata-se de um modelo de economia criativa que sustenta ações de inventário, educação patrimonial e valorização das práticas tradicionais.

A ideia é utilizar a arte como meio de financiamento e, ao mesmo tempo, despertar o olhar da sociedade para um patrimônio invisibilizado pela modernização do litoral.

Técnica, ciência e cultura entrelaçadas nas embarcações

Segundo o técnico em construção naval Luciano Luiz Dias, o casco das baleeiras apresenta características hidrodinâmicas notáveis. O fundo arredondado reduz o impacto das ondas e melhora a estabilidade em águas agitadas, favorecendo tanto a pesca quanto o transporte.

O conhecimento embutido na construção da baleeira se alinha a conceitos de engenharia naval tradicional e saberes empíricos que merecem registro e estudo. Preservá-la é respeitar a ciência construída a partir da observação direta da natureza.

Um projeto para manter a Ilha navegando em sua própria história

O Projeto Baleeiras da Ilha atua para que as embarcações não se tornem apenas peças de museu. Busca-se resgatar práticas construtivas, formar novos mestres artesãos e fortalecer políticas públicas de salvaguarda.

A exposição é só uma das ações dessa iniciativa mais ampla que envolve educação, turismo e identidade cultural. Quem passa por ela sai não apenas com imagens, mas com um convite à consciência histórica.

  • Exposição fotográfica exibe baleeiras tradicionais da Ilha
  • Mostra acontece até 16 de maio no restaurante Samburá
  • Fotos foram feitas nas comunidades pesqueiras de Florianópolis
  • Técnica de construção naval artesanal corre risco de extinção
  • Renda da exposição será usada para preservar esse patrimônio
  • Samburá abriga embarcações históricas e tradição viva da Ilha

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