Avistamentos emocionantes marcaram os primeiros dias de julho no litoral sul catarinense. Uma mãe com seu filhote foi flagrada nadando calmamente nas águas da Guarda do Embaú, em Palhoça, surpreendendo banhistas e fotógrafos da região. A cena confirma o início da temporada anual de baleias-francas, que, em 2025, começou levemente adiantada devido às temperaturas frias registradas ainda no final de junho.
A cada inverno, esses gigantes marinhos migram das regiões polares para águas brasileiras em busca de abrigo e locais adequados para reprodução. O fenômeno, além de fascinante, representa uma oportunidade de sensibilização ambiental e de apoio à conservação da espécie. Observações feitas por terra, com o apoio de projetos como o ProFranca, permitem monitoramento científico e contribuem com dados essenciais à preservação.

Primeiros registros de julho confirmam retorno das baleias-francas
A temporada teve início com registros na praia da Guarda do Embaú, tradicional ponto de avistamento no município de Palhoça. Imagens capturadas por drones revelaram uma fêmea e seu filhote próximos da costa, comportamento comum nesta fase do ciclo reprodutivo. A observação foi recebida com entusiasmo por moradores, turistas e estudiosos da região.
O projeto ProFranca confirmou o início da temporada e reforçou a importância de comunicar os avistamentos por meio de plataformas especializadas. A ONG atua com monitoramento contínuo entre a Pinheira e o Cabo de Santa Marta, em Laguna, área central da APA da Baleia Franca.
Inverno rigoroso antecipa aparições no litoral catarinense
As primeiras aparições ocorreram ainda no final de junho, em um movimento incomum, mas não inédito. Especialistas do Instituto Australis, responsável pelo ProFranca, associam esse comportamento às baixas temperaturas que atingiram a região de forma precoce. Essa variação climática influencia diretamente o deslocamento das baleias-francas, que procuram águas frias e calmas para parir e amamentar os filhotes.
O fenômeno chama atenção por seu valor ecológico, turístico e científico. Ao mesmo tempo em que impulsiona o turismo de observação, fornece dados importantes para estudos de comportamento, reprodução e migração da espécie.
Baleia-franca: biologia e peculiaridades da espécie
A baleia-franca-austral (Eubalaena australis) pode alcançar até 17 metros de comprimento e pesar 60 toneladas. Uma de suas características mais marcantes é a ausência de nadadeira dorsal, além das calosidades na cabeça, que são únicas em cada indivíduo e funcionam como uma espécie de impressão digital natural. Esses mamíferos marinhos realizam migrações de milhares de quilômetros entre o verão antártico e o inverno tropical.
Fêmeas costumam retornar às mesmas regiões a cada três anos para parir. Durante o tempo que permanecem no litoral brasileiro, interagem com os filhotes, ensinam movimentos e reforçam vínculos sociais. Essa convivência é fundamental para a sobrevivência e o aprendizado dos jovens cetáceos.
Como registrar avistamentos e colaborar com a preservação
Cidadãos e visitantes que presenciarem baleias em praias de Palhoça ou adjacências podem colaborar com os pesquisadores do ProFranca. O registro pode ser feito online, por meio do site oficial da instituição, onde há orientações para envio de fotos, vídeos e localização. Esses dados auxiliam na identificação dos indivíduos e alimentam um banco de dados nacional.
A atuação em rede entre cientistas e comunidade permite avanços na compreensão da espécie e na formulação de políticas de conservação. Além disso, o mapeamento constante ajuda a evitar interferências humanas nocivas, como tráfego de embarcações e ruídos excessivos.
Monitoramento científico e apoio institucional fortalecem conservação
O Instituto Australis coordena o ProFranca com apoio do Programa Petrobras Socioambiental. A iniciativa promove estudos a longo prazo e utiliza tecnologia de ponta para acompanhar o comportamento das baleias-francas. O foco está na preservação de habitats, reprodução segura e redução de ameaças antrópicas.
Esses esforços se somam ao trabalho de sensibilização pública, com campanhas educativas e incentivo ao turismo responsável. A combinação de ciência, educação e engajamento social torna possível vislumbrar um futuro seguro para a espécie nas águas do litoral brasileiro.
- Primeiras baleias-francas foram avistadas em julho na Guarda do Embaú
- Registros podem ser enviados ao ProFranca via site oficial
- Migração se intensifica durante o inverno catarinense
- Espécie pode atingir 17 metros e 60 toneladas
- Monitoramento vai da Pinheira até Laguna, em SC