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Brasil mantém 2,3 milhões de crianças fora da creche

O Brasil chega a 2024 com 2,3 milhões de crianças de até três anos fora das creches, revelou levantamento da organização Todos Pela Educação. Os dados do IBGE e do Censo Escolar apontam que 41,2% das crianças nessa faixa etária não acessam a educação infantil, mesmo com aumento nas matrículas desde 2016.

A meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação previa atendimento para 50% desse grupo até este ano. O relatório mostra que a meta não foi alcançada e que a distância entre famílias ricas e pobres ficou ainda maior, evidenciando desigualdade estrutural.

Brasil mantém 2,3 milhões de crianças fora da creche
Brasil tem 2,3 milhões de crianças fora da creche por falta de acesso

A diferença entre ricos e pobres

Enquanto 60% das crianças mais ricas estão matriculadas em creches, entre os mais pobres esse índice cai para 30,6%. O levantamento mostra que a desigualdade cresceu em oito anos, saltando de 22 para 29,4 pontos percentuais.

A disparidade revela que os avanços ficaram restritos às famílias de maior renda. Nas periferias, a ausência de infraestrutura, somada à escassez de unidades públicas, compromete o acesso e reforça barreiras sociais que perpetuam ciclos de exclusão.

Razões para a ausência das crianças

As famílias de baixa renda relatam que 28% das crianças não frequentam a creche por falta de vagas ou ausência de unidades próximas. Já entre os mais ricos, apenas 6% relatam essa dificuldade. A diferença aponta para a má distribuição de serviços educacionais no território nacional.

Entre os mais pobres, 36,5% mantêm as crianças em casa por decisão, embora especialistas apontem que muitas dessas escolhas decorrem da falta de alternativas. Já entre famílias de maior renda, 30% relatam essa opção, frequentemente associada a condições de suporte doméstico mais favoráveis.

Impacto na formação das crianças

Estudos científicos ressaltam que os primeiros três anos concentram mais de 80% da formação das conexões neurais responsáveis pelo aprendizado futuro. A ausência de estímulo qualificado nesse período acarreta perdas cognitivas e sociais de difícil reversão.

O ingresso precoce em creches favorece a socialização e fortalece vínculos de linguagem e memória. Sem esse acesso, crianças de famílias pobres partem em desvantagem significativa em relação aos colegas de maior renda, reforçando desigualdades escolares que se perpetuam ao longo da vida.

Políticas públicas em debate

O país não alcançou a meta definida no PNE para 2024. Organizações da sociedade civil e especialistas pedem investimentos na ampliação da rede pública e estratégias direcionadas às regiões de maior vulnerabilidade.

A discussão sobre financiamento da educação infantil aponta para a necessidade de expansão de infraestrutura e melhor planejamento de políticas intersetoriais. O direito à creche, além de instrumento educacional, constitui fator de redução das desigualdades sociais.

  • 2,3 milhões de crianças de até 3 anos fora da creche no Brasil
  • 41,2% das crianças não acessam educação infantil
  • Diferença entre ricos e pobres chegou a 29,4 pontos percentuais
  • 28% das famílias pobres relatam falta de vaga ou unidade próxima
  • Primeiros anos sem creche comprometem habilidades cognitivas e sociais

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