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Brasil registra menor número de nascimentos desde 1976

O Brasil enfrenta uma transformação demográfica sem precedentes, com o menor registro de nascimentos em quase cinco décadas. Segundo dados recentes do IBGE, em 2023 foram documentados apenas 2.518.039 nascimentos, marcando o quinto recuo consecutivo e o menor número desde 1976.

Esta tendência sugere mudanças profundas nos padrões familiares brasileiros, coincidindo com projeções que indicam que a população começará a diminuir em 2042, fenômeno jamais visto na história demográfica do país.

O declínio da natalidade brasileira em números

O fenômeno da queda na taxa de natalidade brasileira não ocorre de maneira isolada, mas como parte de uma transformação social complexa. A redução de 0,8% nos nascimentos em relação a 2022 evidencia uma aceleração neste processo que, segundo demógrafos, poderia indicar uma alteração permanente no padrão reprodutivo nacional.

Estudo do IBGE mostra aumento expressivo de mães acima dos 30 anos, refletindo uma tendência de maternidade tardia que vai redesenhar o futuro populacional brasileiro.
Estudo do IBGE mostra aumento expressivo de mães acima dos 30 anos, refletindo uma tendência de maternidade tardia que vai redesenhar o futuro populacional brasileiro.

Análises epidemiológicas mostram correlação entre o desenvolvimento socioeconômico e a queda na taxa de fecundidade. Estudos longitudinais indicam que sociedades com maior acesso à educação feminina e métodos contraceptivos tendem a apresentar taxas de natalidade decrescentes.

A pesquisadora do IBGE Klivia Brayner destaca que este cenário reflete escolhas contemporâneas. As mulheres estão postergando a maternidade e optando por famílias menores, enquanto buscam consolidação profissional.

Mães brasileiras cada vez mais velhas

O perfil etário materno passou por uma considerável transformação nas últimas duas décadas. Em 2023, 39% das mulheres que deram à luz tinham mais de 30 anos, percentual significativamente maior que os 23,9% registrados em 2003.

Esta mudança reflete novas prioridades femininas, com muitas mulheres optando por estabilidade financeira e carreira antes da maternidade. A tendência alinha o Brasil a padrões observados em países desenvolvidos, onde a idade média da primeira gestação tem aumentado consistentemente.

Paralelamente, houve redução expressiva na maternidade adolescente, que caiu de 20,9% em 2003 para 11,8% em 2023, resultado provável de políticas públicas educacionais e maior acesso a informações sobre saúde reprodutiva.

Contrastes regionais revelam um Brasil desigual

As disparidades regionais na idade materna demonstram um país com realidades contrastantes. No Distrito Federal, quase metade (49,4%) das mães tem 30 anos ou mais, seguido por Rio Grande do Sul e São Paulo, ambos com 44,3%.

Estas regiões caracterizam-se por maior desenvolvimento urbano e oportunidades educacionais femininas. O ambiente metropolitano, associado ao alto custo de vida, influencia decisões reprodutivas.

Na contramão desta tendência, a região Norte apresenta o maior percentual de mães adolescentes, com 18,7% dos nascimentos sendo de mulheres com até 19 anos. O Acre lidera este indicador (21,4%), seguido pelo Amazonas (20,5%), demonstrando desafios persistentes no acesso à educação sexual e planejamento familiar.

O Centro-Oeste como exceção nacional

Enquanto o restante do país observa declínio contínuo nos nascimentos, o Centro-Oeste destaca-se como única região com crescimento (1,1%) em 2023. Esta região também apresentou aumento nos casamentos formais, indo contra a tendência nacional.

Entre os estados com crescimento na natalidade, Tocantins lidera com aumento de 3,4%, seguido por Goiás (2,8%) e Roraima (1,9%). Estas exceções relacionam-se à dinâmica demográfica peculiar destas regiões, incluindo fatores como migração interna, expansão da fronteira agrícola e menor urbanização comparada aos grandes centros.

Especialistas sugerem que estas áreas podem estar em diferentes estágios da transição demográfica, seguindo trajetórias populacionais distintas do restante do país.

  • Os nascimentos no Brasil caíram pelo quinto ano consecutivo, atingindo 2.518.039 em 2023, menor número desde 1976.
  • 39% das mães brasileiras têm mais de 30 anos atualmente, contra apenas 23,9% em 2003.
  • O Centro-Oeste foi a única região com aumento de nascimentos (1,1%) em 2023, com Tocantins liderando (3,4%).
  • A maternidade adolescente caiu quase pela metade em 20 anos, de 20,9% para 11,8%.
  • Segundo projeções do IBGE, a população brasileira começará a diminuir a partir de 2042.

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