Trecho essencial para o tráfego de embarcações pesqueiras, o canal da Barra da Lagoa começou a ser desobstruído nesta sexta-feira (27), em ação conjunta entre a Prefeitura de Florianópolis e a ACIF. A intervenção ocorre após anos de acúmulo de sedimentos que comprometeram a profundidade e a largura do leito, dificultando a navegação, especialmente durante a safra da tainha.
O serviço vai abranger 550 metros ao lado da ponte, com retirada de até 11 mil m³ de material. Serão utilizadas dragas para a sucção e bombeamento do sedimento, que será reposicionado em área segura no próprio corpo hídrico. A operação busca restabelecer condições adequadas de uso para embarcações de pequeno porte.
Urgência na desobstrução do canal da Barra da Lagoa
O canal representa o único elo entre o mar aberto e a Lagoa da Conceição, e sua obstrução afeta diretamente a pesca artesanal. Atualmente, há pontos com apenas 6 metros de largura e profundidade abaixo do exigido para navegação segura. A operação emergencial responde a anos sem intervenções estruturais e a pressões das comunidades locais ligadas à pesca.

Conforme o secretário de infraestrutura, a ausência de ações por mais de 20 anos comprometeu a navegabilidade. Técnicos constataram que, sem a dragagem, manobras simples se tornavam perigosas, e a margem de segurança para as embarcações desaparecia. Estudos geomorfológicos da região indicam o predomínio de areia fina, com deslocamento influenciado por correntes sazonais, o que explica a alta taxa de assoreamento.
Resultados esperados e impacto econômico imediato
Com a dragagem, espera-se restabelecer uma largura média de 20 metros e profundidade de até 2 metros, garantindo segurança operacional para quem vive da pesca. A obra se insere na política municipal de suporte à economia local, valorizando a cultura marítima tradicional. Durante a safra da tainha, a demanda pela reabertura do canal foi intensificada, levando à priorização do projeto.
O impacto positivo atinge não apenas os pescadores, mas também famílias envolvidas em transporte, venda e beneficiamento de pescado. A medida contribui para estabilizar uma cadeia econômica que depende diretamente da infraestrutura náutica. Dados técnicos da Floram e da Defesa Civil embasaram a decisão, com licença ambiental concedida após avaliação dos riscos ecossistêmicos.
Coordenação entre setores e responsabilidade ambiental
O projeto foi construído com base em cooperação técnica entre órgãos ambientais e de infraestrutura, com a execução sob responsabilidade da ACIF. A operação integra planejamento, acompanhamento e monitoramento dos efeitos da dragagem. Segundo relatório técnico divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente, a solução empregada mantém o material dentro do sistema aquático, evitando impactos em áreas sensíveis.
A movimentação do sedimento será controlada para evitar turbidez excessiva e distúrbios na fauna aquática. A escolha pela draga com sucção se deu pela eficiência e menor impacto físico em comparação a dragas mecânicas. O acompanhamento será contínuo para avaliar o retorno das condições ideais ao canal.
- Início da obra ocorreu nesta sexta-feira (27), às 11h30
- Canal está obstruído em 550 metros ao lado da ponte
- Dragagem vai remover até 11 mil m³ de sedimentos
- Canal passará de 6 para 20 metros de largura
- Profundidade será ampliada para 2 metros
- Projeto autorizado por órgão ambiental com monitoramento técnico
- Pesca artesanal será beneficiada com melhor logística