A infraestrutura elétrica de Santa Catarina inicia um novo capítulo com um investimento que supera R$ 1,7 bilhão, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pela própria Celesc. O programa, previsto para começar em 2026, pretende modernizar a rede, aumentar sua resiliência climática e garantir um fornecimento mais eficiente e seguro.
O anúncio marca uma das maiores injeções de recursos da história da empresa pública, com metas que vão desde obras estruturais até a adoção de tecnologias inovadoras. O impacto previsto se estende à economia, ao meio ambiente e ao cotidiano de milhares de catarinenses que dependem de energia estável para viver e produzir.
Programa de modernização energética mira sustentabilidade
Batizado de “Programa de Modernização Energética para Resiliência Climática e Sustentabilidade em Santa Catarina”, o projeto representa um salto estratégico para a Celesc. A proposta foi aprovada pela Comissão de Financiamento Externo e estabelece um ciclo de cinco anos de investimentos coordenados e com metas específicas.

O financiamento de US$ 243 milhões, aliado a uma contrapartida de US$ 62,6 milhões, sinaliza a confiança internacional na condução técnica do projeto. A implantação deve atingir áreas críticas da rede elétrica, modernizar equipamentos e implementar novas soluções voltadas à gestão energética e à sustentabilidade.
Investimento supera R$ 1,7 bilhão e entra no plano de R$ 4,5 bi
A modernização anunciada se insere dentro do Plano de Investimentos de R$ 4,5 bilhões da Celesc, que prevê obras de infraestrutura em todo o estado. A nova etapa de parceria com o BID, chamada internamente de BID 2, amplia o escopo de atuação da companhia com foco em inovação e resiliência.
Com base em dados da própria Celesc, o projeto tem como uma de suas prioridades o enfrentamento de eventos climáticos extremos, realidade cada vez mais presente no estado. A ideia é fortalecer o sistema elétrico com ações preventivas e reativas, ampliando sua capacidade de resposta.
Resultados do BID 1 pavimentam novo ciclo
O sucesso do programa anterior, o BID 1, serve como base para o novo investimento. Formalizado em 2018, o projeto resultou na construção de 16 subestações e na ampliação de outras 39, além de 280 km de novas linhas de transmissão. A iniciativa também avançou em automação e tecnologia da informação.
Os dados foram apresentados durante o evento de lançamento do BID 2 e reforçaram a credibilidade técnica da Celesc. Segundo Júlio César Pungan, diretor da companhia, a carta-consulta enviada ao BID obteve alto reconhecimento da Cofiex, atestando a excelência do planejamento e da gestão do projeto.
Parceria internacional destaca papel público da Celesc
A parceria com o BID eleva o patamar institucional da Celesc e do estado de Santa Catarina em nível internacional. Carlos Echevarría Barbero, especialista do banco, destacou que o programa se alinha a metas globais de transição energética e desenvolvimento sustentável.
A atuação da Celesc como empresa pública de capital misto ganha novo destaque, demonstrando que modelos estatais bem geridos podem liderar transformações em setores estratégicos. O programa se propõe não apenas a melhorar indicadores técnicos, mas também a posicionar a infraestrutura elétrica como vetor de desenvolvimento social.
Tecnologia e inovação moldam a nova infraestrutura
O novo ciclo prioriza soluções tecnológicas avançadas para elevar a eficiência da rede elétrica. Entre os recursos previstos estão sensores inteligentes, plataformas digitais de monitoramento e automação, além de sistemas de resposta rápida para falhas e sobrecargas.
Estudos da Agência Internacional de Energia (IEA) apontam que redes elétricas modernas precisam ser “inteligentes, flexíveis e resilientes” para atender às exigências do século XXI. O investimento em inovação reforça essa abordagem e abre caminho para a integração com fontes renováveis e novos modelos de consumo.
Economia catarinense pode ganhar impulso com infraestrutura energética
Uma rede elétrica moderna não atende apenas ao setor residencial. O impacto no setor produtivo é direto: indústrias, agricultura e serviços demandam energia confiável e constante para manter operações competitivas. O investimento pode ampliar a atratividade do estado para novos negócios.
A Celesc espera que a modernização traga reflexos positivos no PIB estadual, reduza perdas energéticas e aumente a segurança das operações. Com o aumento da capacidade instalada, a rede poderá atender com mais eficiência tanto grandes centros urbanos quanto áreas rurais.
- Programa terá cinco anos de duração, com início previsto para 2026
- Investimento total ultrapassa R$ 1,7 bilhão, sendo a maior parte financiada pelo BID
- Parceria busca modernizar a infraestrutura elétrica e ampliar resiliência climática
- Iniciativa faz parte do plano de R$ 4,5 bilhões da Celesc para o setor
- BID 1 já entregou 16 subestações e 280 km de novas linhas de transmissão
- Projeto envolve automação, tecnologia e sustentabilidade energética
- Expectativa é reduzir falhas e fortalecer rede contra eventos extremos
- Modernização deve impulsionar o crescimento econômico do estado