Famílias, educadores e profissionais da assistência social se encontraram em um espaço de convivência e acolhimento durante a Festa da Família, promovida pela Escola Professor Ângelo Cascaes Tancredo, no bairro Bela Vista. O evento recebeu o projeto CRAS nos Bairros, que levou informações e orientações sobre os serviços oferecidos à comunidade.
Com foco em ampliar o acesso aos direitos sociais e fortalecer os vínculos entre os moradores e o poder público, a ação reforçou o papel do Centro de Referência de Assistência Social como ponto de apoio para famílias em situação de vulnerabilidade. A proposta fortalece redes de cuidado, promove a cidadania e incentiva a participação das famílias no ambiente escolar.
Serviços do CRAS fortalecem redes de apoio no território
O projeto CRAS nos Bairros vem se consolidando como ponte entre a população e os serviços públicos. Ao sair das unidades e ocupar escolas, praças e eventos comunitários, os profissionais da assistência social ampliam o alcance das ações do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), especialmente em territórios com alta demanda por políticas públicas.
Durante o evento no Bela Vista, a equipe do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) levou escuta qualificada, orientação e material informativo às famílias. Essas ações buscam prevenir situações de risco e promover o acesso a benefícios como Cadastro Único, Tarifa Social de Energia Elétrica e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A atuação territorializada permite que as demandas locais sejam identificadas com mais precisão. Estudos da Fundação Oswaldo Cruz indicam que a inserção dos serviços sociais em espaços comunitários potencializa a confiança da população e amplia o uso efetivo das políticas sociais.
Parcerias com escolas fortalecem a proteção social
O convite para a participação do CRAS partiu da própria escola, por meio da orientadora educacional Jorgete Bertoncini Zunino. A articulação com as unidades de ensino representa um avanço estratégico no trabalho da assistência social, que passa a integrar o cotidiano escolar e dialogar diretamente com as famílias.
Nas escolas, o ambiente já favorece a escuta ativa e a identificação de situações de vulnerabilidade que muitas vezes não chegam aos equipamentos públicos por outros meios. Crianças e adolescentes, ao interagirem com os profissionais, tornam-se multiplicadores de informação dentro de suas casas.
Para a gerente do CRAS Bela Vista, Elizabete da Rosa Diniz Marés, a inserção nesses espaços fortalece vínculos e mostra à comunidade que existe um serviço acessível, humano e disposto a caminhar junto. Estar presente nas rotinas das famílias torna a assistência mais efetiva e menos burocrática.
Eventos comunitários como ferramenta de aproximação
A Festa da Família se transformou em uma vitrine para os serviços da proteção social básica. Num ambiente leve e acolhedor, o CRAS aproximou-se de quem mais precisa, sem barreiras formais ou exigências complexas. Essa estratégia reforça o caráter preventivo da assistência e amplia sua legitimidade social.
Famílias que nunca haviam procurado o equipamento saíram do evento com informações, contatos e encaminhamentos. O acesso direto aos profissionais cria um elo mais forte entre o cidadão e o Estado, promovendo confiança e continuidade no atendimento.
Levar o CRAS aos bairros responde a uma lógica de cuidado que ultrapassa os muros das instituições. A descentralização das ações públicas encontra respaldo em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que apontam aumento na efetividade de programas sociais quando inseridos diretamente nos territórios de atuação.
A escuta como ponto de partida para transformar realidades
A escuta qualificada conduzida por psicólogas e assistentes sociais não se limita à coleta de dados. Ela representa uma abertura para entender as dinâmicas familiares, identificar situações de violência, negligência ou privação, e construir junto com a população caminhos de superação.
Durante o evento, o contato direto com as famílias permitiu não apenas ouvir demandas, mas também orientar sobre direitos e possibilidades de acesso a programas sociais. A prática contribui para que as pessoas se sintam parte de um processo coletivo de cuidado e transformação.
Mais do que oferecer serviços, o CRAS propõe uma escuta que acolhe e dá sentido à atuação da política de assistência. É nessa escuta que surgem diagnósticos territoriais mais precisos, capazes de orientar políticas públicas com base na realidade vivida.
CRAS nos Bairros reforça o papel do Estado como rede de proteção
A presença do CRAS em eventos escolares, como a Festa da Família, exemplifica uma política pública viva e conectada com as necessidades reais da população. Ao aproximar os serviços da comunidade, o projeto reduz distâncias, quebra estigmas e fortalece os vínculos sociais.
Quando o Estado se faz presente em ações como essas, reforça seu papel como garantidor de direitos e construtor de redes de proteção. A proposta se alinha à diretriz da Política Nacional de Assistência Social, que defende a descentralização dos serviços e o fortalecimento das unidades de base.
Com ações planejadas e integradas, o CRAS nos Bairros contribui para uma sociedade mais justa, onde famílias vulneráveis encontram amparo, informação e pertencimento em suas próprias comunidades.
