Uma menina de nove anos salvou a prima de três ao aplicar uma manobra de desengasgo aprendida em um curso da escola pública em São José (SC). O episódio ocorreu no último dia 25 de julho e envolve o projeto Bombeiro Mirim, desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina em parceria com a Prefeitura.
O gesto rápido e eficaz da estudante Lara de Oliveira Pereira mostrou o poder da educação como ferramenta concreta para salvar vidas. A história revela como iniciativas pedagógicas com foco prático podem gerar impacto direto na sociedade.

Aprendizado aplicado em situação real de emergência
Poucos dias após o término do curso, Lara enfrentou uma emergência doméstica que mobilizou os conhecimentos recém-adquiridos. A prima engasgou com um petisco, sem emitir sons. Lara reconheceu o perigo, assumiu o controle e executou a técnica com precisão até desobstruir a garganta da criança.
Com base em orientações do curso, a manobra incluiu segurar a criança de bruços, apoiar o tórax e aplicar tapas interescapulares. Estudos da American Heart Association validam esse procedimento como seguro e eficaz em crianças pequenas, o que reforça a solidez técnica do que foi ensinado nas escolas de São José.
Formação cidadã começa desde cedo na rede pública
O projeto Bombeiro Mirim tem caráter preventivo e educativo. Crianças do ensino fundamental vivenciam práticas de primeiros socorros, segurança no lar, combate a incêndios e noções de autoproteção. A iniciativa contribui para desenvolver comportamentos proativos em situações críticas.
A integração entre Corpo de Bombeiros e rede municipal amplia o acesso a conteúdos que tradicionalmente estavam fora do currículo escolar. A vivência em campo, com simulações e dinâmicas práticas, aproxima o estudante da realidade, aumentando a eficácia do aprendizado.

Família e escola reconhecem impacto do projeto
Para os familiares, o susto inicial rapidamente deu lugar à admiração. A avó de Lara reconheceu a importância do curso e defende que outras famílias estimulem a participação dos filhos. Já a Secretaria de Educação vê no episódio um exemplo claro de como a escola pode ultrapassar os limites da teoria.
A parceria institucional passou a ser observada com mais atenção por gestores públicos, educadores e pais. Com resultados concretos, a percepção sobre o papel da escola se amplia, incluindo agora a capacidade de formar indivíduos com reflexos imediatos no bem-estar coletivo.
Preparação emocional e técnica no centro da formação
O curso vai além da técnica. A abordagem desenvolve autocontrole, inteligência emocional e senso de urgência. No caso de Lara, o domínio emocional permitiu que a manobra fosse feita sem hesitação, o que aumentou as chances de sucesso.
A neurociência educacional indica que o aprendizado baseado na experiência, quando associado à emoção e ao propósito, fixa o conteúdo de forma mais duradoura. Isso explicaria a resposta automática e confiante da aluna durante a crise.
Educação como prevenção e investimento em segurança
A história de São José serve de alerta para gestores de outras cidades: programas de prevenção podem reduzir riscos e salvar vidas. Inserir conteúdos de primeiros socorros no cotidiano escolar forma uma geração mais preparada, consciente e solidária.
O impacto transcende o episódio individual. Ele inaugura uma cultura em que crianças deixam de ser apenas protegidas para se tornarem agentes de proteção. Quando a escola se abre para a vida real, o aprendizado se torna útil, relevante e inesquecível.
- Lara usou técnica de desengasgo aprendida na escola
- Curso Bombeiro Mirim é parceria com o Corpo de Bombeiros
- Projeto inclui noções práticas de primeiros socorros e segurança
- Família e escola reconheceram impacto imediato da formação
- Neurociência aponta que vivência real fortalece aprendizado