A modernização da Estação de Tratamento de Esgoto Insular (ETE Insular), em Florianópolis, deverá ser concluída até o fim deste ano e promete dobrar a capacidade de depuração do sistema. A obra amplia o atendimento a mais de 225 mil pessoas na área insular da Capital e recebe investimento de R$ 245 milhões. O novo modelo adotado melhora a eficiência do tratamento e reduz impactos ambientais.
Com a conclusão da ETE do João Paulo, a CASAN avança na cobertura da Bacia do Itacorubi, que já possui rede coletora instalada. A expansão alcança a Região Central, Trindade, Costeira, Saco dos Limões, Pantanal e outros bairros densamente povoados. A tecnologia MBBR substitui o sistema anterior e garante ganhos operacionais e econômicos.
ETE Insular e a adoção do MBBR
A sigla MBBR, de origem inglesa, designa o reator de biofilme de leito móvel. O método tem sido adotado em estações de países como Noruega, Japão e Alemanha devido à alta eficiência no uso energético e à facilidade de adaptação às cargas variáveis. A escolha do modelo representa avanço técnico expressivo para a Capital.

Essa substituição pelo MBBR reduz consumo de energia elétrica, aumenta a estabilidade do processo biológico e permite melhor desempenho na remoção de matéria orgânica e nutrientes. O tratamento terciário que passa a ser incorporado à estação inclui desinfecção por cloro gás e remoção de nitrogênio e fósforo — elementos críticos na prevenção da eutrofização em ambientes costeiros.
Sistema insular atende novos bairros e amplia cobertura
A reestruturação da ETE Insular consolida a cobertura de esgotamento sanitário em regiões urbanizadas e de alta densidade populacional. Os bairros Agronômica, Carvoeira, Córrego Grande e parte da Trindade passam a ser integralmente assistidos por rede conectada ao novo sistema. Essa ampliação reduz lançamentos irregulares e melhora indicadores de saneamento da cidade.
A nova estação terá capacidade de vazão máxima de 612 litros por segundo, mais do que o dobro da atual. Essa ampliação prepara a estrutura para atender a demandas sazonais, como as da alta temporada, quando o número de habitantes flutuantes pode dobrar. A confiabilidade do sistema se torna crucial diante do crescimento urbano e turístico.
Eficiência energética e menor impacto ambiental
Com a adoção do MBBR e melhorias no processo de aeração, a CASAN projeta redução de odores e emissão de gases. A operação automatizada deve garantir estabilidade e controle mais apurado da qualidade do efluente tratado. A unidade reforça o compromisso da companhia com metas ambientais e melhora a imagem da cidade junto a visitantes.

O modelo utilizado possui baixo custo de manutenção e facilidade na operação. Técnicos apontam que o processo de biofilme móvel permite maior flexibilidade em variações de carga orgânica, essencial em cidades litorâneas com fluxo turístico intenso. A modernização se alinha a padrões internacionais de eficiência em saneamento.
- ETE Insular terá capacidade de 612 L/s na vazão máxima
- Novo sistema MBBR substitui a aeração prolongada
- Tratamento terciário inclui remoção de fósforo e nitrogênio
- Cobertura ampliada atende 225 mil habitantes
- Investimento de R$ 245 milhões financiado pela JICA