Com um investimento de R$ 159 milhões liberado pelo Governo Federal, Florianópolis oficializa nesta segunda-feira, 19 de maio, o convênio para os primeiros trechos do sistema BRT. A assinatura ocorre no gabinete do prefeito às 10h e contempla os corredores exclusivos de ônibus entre o Terminal de Integração da Trindade e o bairro Saco dos Limões.
As obras integram o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e abrangem, além das vias exclusivas, a implantação de nove estações e 20 novos abrigos. O prazo estimado de execução é de três anos, com previsão de até oito meses para a fase de revisão técnica, análise da Caixa Econômica e abertura da licitação.
Implantação do BRT em Florianópolis recebe verba federal
O convênio firmado entre a Prefeitura de Florianópolis e o Ministério das Cidades cobre os trechos iniciais do BRT, totalizando 5,2 km entre a Trindade e o Saco dos Limões. Outro segmento de 2,67 km será implantado na avenida Mauro Ramos, com adequações para priorizar o transporte coletivo.

Essa fase do projeto visa reduzir os tempos de deslocamento com a adoção de corredores exclusivos e estações com embarque rápido. O modelo segue diretrizes utilizadas em outras capitais brasileiras e busca eficiência semelhante à de modais ferroviários, mas com custo e tempo de implantação inferiores.
Sistema BRT alia mobilidade e infraestrutura urbana
O BRT (Bus Rapid Transit) opera com veículos articulados em vias segregadas, oferecendo maior fluidez, conforto e previsibilidade. Técnicos apontam que, ao isolar o tráfego dos ônibus do fluxo de carros, o sistema tende a reduzir os atrasos e aumentar a atratividade do transporte coletivo.
Estudos de engenharia indicam que a velocidade média de operação do BRT pode ultrapassar os 20 km/h, enquanto linhas convencionais em tráfego misto não chegam a 12 km/h em horários de pico. Esse ganho impacta diretamente o tempo de trajeto dos passageiros e a eficiência da rede urbana.
Trechos estratégicos priorizam integração e demanda
O traçado selecionado nesta etapa inicial concentra-se em áreas de alta circulação e integração. O eixo entre o TITRI e o Saco dos Limões atende à população universitária e aos trabalhadores do centro e do sul da ilha. Já a avenida Mauro Ramos conecta regiões centrais com a Beira-mar Norte, servindo de elo com outras linhas estruturantes.
Segundo urbanistas consultados pela equipe técnica do município, a escolha desses corredores busca promover um efeito multiplicador sobre a malha já existente e induzir a migração de usuários do transporte individual para o coletivo.
Estações e abrigos receberão padrão técnico elevado
As nove estações e os 20 abrigos previstos no projeto seguirão parâmetros técnicos de acessibilidade, conforto térmico e segurança. Cada estação contará com piso nivelado, cobertura completa, sistema de informação em tempo real e acessos adaptados.
A exigência de padrões modernos nas paradas faz parte do esforço de aumentar a atratividade do sistema, diminuindo as barreiras de acesso ao transporte coletivo. O projeto ainda prevê iluminação em LED, câmeras de vigilância e integração com o sistema municipal de transporte eletrônico.
Etapas seguintes envolvem revisão e licitação
Após a assinatura do convênio, o projeto será encaminhado para análise e revisão pela empresa contratada. Em seguida, o processo segue para a Caixa Econômica Federal, responsável por validar a viabilidade e liberar o início da licitação.
A expectativa da Prefeitura é de que esse trâmite leve entre seis e oito meses, com obras em campo previstas para o primeiro semestre de 2025. O cronograma técnico aponta que, uma vez iniciadas, as intervenções devem ocorrer em etapas para minimizar o impacto no trânsito local.
Pontos principais
- Convênio federal libera R$ 159 milhões para o BRT em Florianópolis
- Trechos entre TITRI e Saco dos Limões somam 5,2 km de corredores exclusivos
- Avenida Mauro Ramos terá faixa de 2,67 km com prioridade ao transporte coletivo
- Nove estações e 20 abrigos serão implantados com padrão elevado de acessibilidade
- Obras terão prazo de execução de três anos, com licitação em até oito meses