Reconhecida por sua beleza selvagem e ondas consistentes, a Praia do Moçambique, em Florianópolis, passou a integrar oficialmente o Programa Brasileiro de Reservas de Surf. A consagração acontece no próximo domingo (8), coincidindo com o Dia Mundial dos Oceanos, em cerimônia que promete fortalecer o elo entre esporte e preservação ambiental.
A oficialização do Moçambique como Reserva Nacional de Surf representa mais do que um título: é o reconhecimento de um ecossistema único, onde natureza intocada e tradição surfista caminham lado a lado. O selo reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à conservação costeira e ao incentivo ao esporte sustentável.
Reconhecimento fortalece identidade da região
A Praia do Moçambique preencheu todos os critérios do programa que chancela áreas como Reservas Nacionais de Surf. São eles: qualidade das ondas, relevância histórico-cultural, valor ambiental e engajamento comunitário. A escolha marca o primeiro título desse tipo concedido em 2025, um ano estratégico para o avanço de pautas climáticas no Brasil.

Segundo especialistas do Instituto Save Planet, o reconhecimento contribui diretamente para a proteção dos ecossistemas costeiros, ao mesmo tempo em que estimula a governança local com foco em práticas sustentáveis. Para os surfistas da região, o título vem como uma vitória coletiva, fruto de décadas de mobilização em defesa do litoral leste da ilha.
Programa Brasileiro de Reservas de Surf ganha força
Lançado em 2022, o Programa Brasileiro de Reservas de Surf já homologou outras áreas icônicas do surfe nacional, como Itacoatiara (RJ) e Guarda do Embaú (SC). O objetivo central é mapear e preservar ambientes costeiros que reúnem atributos naturais de alto valor ecológico e histórico, sendo o Moçambique o mais recente integrante desse grupo seleto.
O programa segue diretrizes de conservação internacional e conta com o apoio de universidades, ONGs e associações esportivas. Entre os pilares técnicos, destaca-se o uso de levantamentos oceanográficos, mapeamento de uso do solo e análise da biodiversidade marinha, garantindo respaldo técnico à escolha das reservas.
Comunidade local como pilar do reconhecimento
O engajamento das associações locais foi decisivo no processo. A Associação de Surf do Moçambique (ASM) e a Surf Sem Fronteiras articularam reuniões, mobilizações e elaboração de dossiês junto aos órgãos responsáveis. A presença da comunidade nos fóruns ambientais demonstrou que a gestão compartilhada de territórios é viável e necessária.
Eventos, mutirões de limpeza e ações educativas vêm sendo realizados com frequência no Moçambique, o que fortaleceu o histórico de envolvimento popular e educação ambiental. Esse vínculo entre esporte, cidadania e meio ambiente pesou positivamente na análise para a certificação da praia como Reserva Nacional.
Preservação ambiental e surfe como aliados estratégicos
O surfe, muitas vezes tratado apenas como prática esportiva, passou a ser reconhecido como ferramenta de preservação ambiental. A lógica de ocupação mínima do espaço, o respeito à natureza e a conexão com o mar tornam os surfistas aliados naturais na conservação das praias.
A declaração oficial da Fesporte, representada por seu presidente Jeferson Batista, destacou esse elo entre cultura oceânica e políticas públicas. “O Moçambique simboliza o casamento entre o esporte e o meio ambiente”, pontuou. O título surge, portanto, como um marco que pode inspirar outras regiões do Brasil a buscar o mesmo caminho.
Impacto direto nas agendas climáticas e turísticas
O novo status tende a fortalecer a imagem de Florianópolis como referência em turismo sustentável e esportes de natureza. Organizações como o Instituto Save Planet apontam que as Reservas Nacionais de Surf impulsionam a economia verde ao atrair visitantes interessados em experiências com baixo impacto ambiental.
Em tempos de emergência climática, iniciativas como essa contribuem para proteger áreas frágeis da ação predatória. O reconhecimento da Praia do Moçambique pode gerar políticas mais robustas de preservação costeira e ajudar o Brasil a cumprir metas internacionais de biodiversidade e redução de emissões.
- Moçambique recebe reconhecimento como Reserva Nacional de Surf no Dia Mundial dos Oceanos
- Praia cumpre os critérios técnicos de qualidade de ondas, valor ambiental e engajamento comunitário
- Programa Brasileiro de Reservas de Surf avança em políticas de conservação costeira
- Comunidade local atua como protagonista no processo de certificação
- Título fortalece identidade ecológica e turística de Florianópolis