Santa Catarina alcançou um crescimento notável na produção de macroalgas, com destaque para a macroalga Kappaphycus alvarezii, na safra 2023/24. A produção da macroalga totalizou 751,09 toneladas, registrando um aumento de 150% em relação ao ciclo anterior.
Expansão do Setor de Algicultura
O aumento expressivo no volume de macroalgas foi acompanhado por um crescimento na quantidade de produtores envolvidos, que subiu para 52, um salto de 136% comparado à safra de 2022/23. Esse dado reflete a crescente confiança do setor em uma atividade que tem demonstrado grande potencial de retorno.
Impacto Econômico da Safra 2023/24
A comercialização da macroalga movimentou R$2.103.052,00, com o quilo vendido a um preço médio de R$2,80. Além disso, a produção resultou na extração de 600.872 litros de biofertilizante, gerando uma receita adicional de R$10.815.696,00, com cada litro negociado por R$18,00.

- Fatos da safra 2023/24:
- 751,09 toneladas de macroalga produzidas.
- R$2.103.052,00 em vendas diretas de alga in natura.
- Produção de 600.872 litros de biofertilizante.
- R$10.815.696,00 em receita de biofertilizantes.
Desafios na Comercialização
Apesar do crescimento, a safra enfrentou desafios. Cerca de 260,40 toneladas de algas não foram comercializadas e outras 143,46 toneladas foram perdidas devido às chuvas. Isso evidenciou um descompasso entre a capacidade de produção, que variava entre 10 a 15 toneladas diárias, e a capacidade de processamento, limitada a 6 toneladas diárias.

Solução para o Descompasso
Para contornar esses problemas, a capacidade de processamento de biofertilizante em Santa Catarina foi ampliada para 35 toneladas por dia para a safra de 2024/25. Essa expansão foi possível com a entrada de duas novas empresas no mercado, além da única empresa que participou da safra 2023/24.
Expectativas para o Futuro
O setor de algicultura em Santa Catarina está confiante no futuro da produção de macroalgas, que tem mostrado ser uma atividade econômica viável e promissora. Com a previsão de uma capacidade de processamento mais robusta, a expectativa é de uma safra ainda mais bem-sucedida em 2024/25.
A Importância da Kappaphycus alvarezii
A Kappaphycus alvarezii se destaca por seu uso na produção de biofertilizantes, que são amplamente valorizados por suas propriedades nutritivas e sustentáveis. O aumento da produção e o interesse do mercado comprador só reforçam o papel crucial dessa macroalga na economia local.
Expansão das Oportunidades de Mercado
A entrada de novas empresas para processar a produção local significa mais oportunidades para os algicultores e um impulso econômico relevante para a região. Essa expansão promete não só melhorar a eficiência da cadeia produtiva, mas também atrair mais investimentos para o setor.
Aumento da renda
A algicultura, ou cultivo de algas, tem ganhado destaque como uma prática valiosa para produtores artesanais, servindo tanto como uma alternativa à pesca quanto uma fonte adicional de renda. Em muitas regiões costeiras, a sobrepesca e as mudanças climáticas impactam significativamente os ecossistemas marinhos, dificultando a vida de comunidades pesqueiras que dependem do mar para subsistência. Nesse contexto, a algicultura surge como uma solução sustentável, permitindo que produtores mantenham uma atividade rentável sem sobrecarregar os recursos marinhos. As algas cultivadas têm múltiplos usos, desde a alimentação humana, rica em nutrientes essenciais, até a fabricação de produtos cosméticos e farmacêuticos, impulsionando a diversificação da renda. Além disso, o cultivo de algas requer baixos investimentos iniciais e possui um impacto ambiental positivo, já que as algas ajudam a melhorar a qualidade da água e capturar dióxido de carbono, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. Essa prática também promove a resiliência econômica em comunidades costeiras, proporcionando uma fonte de renda mais estável e menos dependente das variações da pesca. Assim, a algicultura se torna um complemento ideal para pescadores artesanais, garantindo não só a sustentabilidade financeira, mas também a preservação dos ecossistemas marinhos e a segurança alimentar.
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