Santa Catarina registrou o menor Índice de Gini do país no primeiro trimestre de 2025, com 0,424 entre os trabalhadores ocupados. O resultado reflete um cenário de renda mais equilibrada em relação à média nacional de 0,516, conforme dados da PNAD Contínua divulgados pela Seplan.
O estado permanece na liderança nacional há mais de uma década, com exceção de 2021. A análise técnica aponta que fatores como formalização elevada do mercado de trabalho, baixa taxa de desemprego e produtividade acima da média nacional sustentam esse desempenho.

Índice de Gini e sua relevância
O Índice de Gini, usado mundialmente para medir desigualdade de renda, adota escala de 0 a 1, em que valores próximos de zero indicam maior igualdade. Em SC, a taxa de 0,424 representa uma diferença de 17,8% em relação à média do país. O levantamento considera todos os rendimentos recebidos por pessoas com mais de 14 anos, em todas as ocupações, no período analisado.
Setores com maior equilíbrio de renda
O segmento de Alojamento e Alimentação apresentou um dos menores índices do estado, com Gini de 0,357, reduzindo em cerca de 20% a desigualdade desde 2012. Esse desempenho é atribuído a políticas públicas voltadas ao fomento do setor e a um ambiente de negócios com incentivos fiscais e segurança jurídica.
Igualdade entre mulheres
As trabalhadoras ocupadas registraram Gini de 0,407 no primeiro trimestre de 2025, o que reforça a presença feminina em setores com melhor distribuição salarial. Especialistas relacionam o resultado ao acesso ampliado a qualificação e à formalização em segmentos historicamente marcados pela informalidade.
Influência do nível de instrução
Entre trabalhadores com ensino médio completo ou equivalente, o índice de Gini atingiu 0,324, sinalizando que esse nível de escolaridade tende a proporcionar oportunidades mais equilibradas no mercado. O dado indica que a formação educacional impacta diretamente a redução da desigualdade.

Estrutura econômica como base
O desempenho catarinense se ancora em um modelo econômico diversificado, com polos industriais, agrícolas e de serviços integrados. Essa composição permite geração de empregos formais e manutenção de rendas menos concentradas, mesmo em períodos de instabilidade econômica.
Pontos-chave:
- SC registrou Gini de 0,424, menor do Brasil
- Média nacional ficou em 0,516 no 1º trimestre de 2025
- Setor de Alojamento e Alimentação teve Gini de 0,357
- Mulheres apresentaram Gini de 0,407
- Ensino médio completo registrou Gini de 0,324