Com apenas 4,4% dos domicílios beneficiados pelo Bolsa Família, Santa Catarina ocupa a última posição entre os estados no ranking de participação no programa. Os dados divulgados pelo IBGE revelam a disparidade em relação à média nacional de 18,7%, com base nas informações consolidadas de 2024.
A redução da dependência do programa social é atribuída ao fortalecimento do mercado de trabalho local e ao crescimento da renda per capita. O desempenho catarinense sugere uma combinação de fatores estruturais que vão desde investimentos em infraestrutura até políticas de atração empresarial.
Menor participação no Bolsa Família
Santa Catarina apresenta o índice mais baixo de domicílios cadastrados no Bolsa Família entre todos os estados brasileiros: apenas 123 mil famílias, das 2,8 milhões existentes. Enquanto isso, o Brasil contabiliza 14,8 milhões de lares beneficiados. Esse quadro consolidado reflete a performance econômica regional e o papel marginal dos programas sociais na composição da renda catarinense.

Nos últimos dois anos, a taxa de participação no programa apresentou leve retração — de 4,5% para 4,4%. A média nacional, ainda que majoritariamente concentrada nas regiões Norte e Nordeste, também caiu, passando de 19% para 18,7%.
A renda vem do trabalho
O rendimento das famílias em Santa Catarina é sustentado majoritariamente pelo trabalho. Dados da Pnad Contínua apontam que 79,3% da renda domiciliar têm origem em salários e atividades econômicas próprias. Já aposentadorias e pensões respondem por 15,4%, enquanto apenas 1% da renda é oriunda de programas sociais — o menor percentual entre todas as unidades federativas.
A média nacional de dependência dos programas sociais na composição da renda é de 3,8%. Estados como São Paulo, Paraná e Distrito Federal também aparecem com índices reduzidos, mas nenhum alcança o nível de Santa Catarina.
Indicadores de desenvolvimento
Especialistas avaliam que a baixa adesão ao Bolsa Família reflete um cenário consolidado de oportunidades. Santa Catarina possui um dos maiores índices de formalização do trabalho, além de se destacar em setores como tecnologia, indústria de transformação e agroindústria. O estado também lidera rankings de desempenho educacional e infraestrutura logística.
No aspecto técnico, o rendimento domiciliar per capita cresceu 12% entre 2023 e 2024, atingindo R$ 3.590. O valor coloca o estado entre os quatro com maior média de renda do país, atrás apenas do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.
Política de inclusão pelo emprego
Autoridades estaduais atribuem os números ao estímulo direto à criação de empregos e ao fomento ao empreendedorismo. Segundo a Secretaria de Indústria, Comércio e Serviço, mais de 60 mil postos de trabalho formais foram criados apenas no primeiro semestre de 2025.
A estratégia adotada dispensa o assistencialismo como medida primária e foca em capacitação, infraestrutura e atração de investimentos. Com menor índice de pobreza e extrema pobreza do país, Santa Catarina aposta na geração de renda sustentável como mecanismo de inclusão.
- Apenas 4,4% dos lares catarinenses recebem o Bolsa Família
- Estado tem a menor dependência de programas sociais na renda
- 79,3% do rendimento das famílias vêm do trabalho
- Renda per capita cresce e atinge R$ 3.590 em 2024