O número de internações por doenças respiratórias tem pressionado hospitais pediátricos em Santa Catarina. A rede pública observa superlotação antes mesmo da chegada do inverno, o que acende o alerta para medidas preventivas imediatas.
Hospitais como o Joana de Gusmão, em Florianópolis, e o Jeser Amarante Faria, em Joinville, já operam com emergências lotadas e leitos de UTI ocupados por crianças com quadros graves de gripe, influenza A e vírus sincicial respiratório.
Alta nas internações pediátricas preocupa profissionais de saúde
As duas primeiras semanas de abril expuseram a gravidade do cenário. No Hospital Infantil Joana de Gusmão, foram 199 internações relacionadas a doenças respiratórias graves. Técnicos da Secretaria de Estado da Saúde associam o aumento precoce à baixa cobertura vacinal, somada à circulação de múltiplos vírus.

O avanço das síndromes respiratórias agudas (SRAG) em crianças exige atenção urgente de pais e responsáveis. Internações prolongadas sobrecarregam o sistema e podem ser evitadas com medidas simples de prevenção.
Calendário vacinal infantil segue como ferramenta essencial
Especialistas reforçam que a vacinação contra a gripe permanece como o principal recurso para prevenir complicações severas. Crianças de seis meses a cinco anos figuram entre os grupos de maior risco. A imunização, embora não impeça completamente a infecção, reduz a gravidade e a necessidade de internações.
Campanhas em curso nos postos municipais priorizam esse público. A pediatra Flávia Maria Zandavalli insiste que os pais não devem postergar a ida às salas de vacina. Os dados respaldam a orientação: imunizados evoluem com quadros mais leves e se recuperam com maior rapidez.

Unidade de referência opera com capacidade máxima
O Joana de Gusmão é o único hospital pediátrico público de porta aberta na Grande Florianópolis. Com aumento nas entradas por casos moderados a graves, o tempo de espera cresceu, mesmo com a equipe completa de sete médicos em regime de plantão.
A emergência não recusa atendimento, mas prioriza quadros com maior gravidade. A gestão hospitalar sinaliza que a população pode contribuir ao procurar unidades básicas de saúde nos casos leves, permitindo desafogar a rede de maior complexidade.
Transmissão viral exige reforço da chamada “etiqueta respiratória”
Crianças pequenas tendem a tocar o rosto, compartilhar brinquedos e objetos com facilidade, ampliando o risco de contaminação cruzada. O vírus da gripe, o rinovírus e o RSV se propagam por gotículas e superfícies contaminadas.
Gestos simples ganham relevância nessa época: lavar as mãos com frequência, ventilar os ambientes, usar lenço descartável, cobrir a tosse com o antebraço e isolar pacientes com sintomas respiratórios são atitudes recomendadas para todas as faixas etárias.
Dados reforçam cenário epidemiológico preocupante
Segundo boletins da SES, 64 crianças precisaram de UTI entre 1º e 22 de abril, além de 222 internadas em enfermarias. O período ainda nem atingiu o pico sazonal de vírus respiratórios, esperado para os meses mais frios.
Essa antecipação da curva de contágio preocupa, pois há risco de escassez de leitos e profissionais nas próximas semanas. Autoridades sugerem que o comportamento da população nas semanas seguintes pode definir a evolução da crise sanitária nos centros urbanos.
Informação correta impulsiona ações eficazes
Famílias orientadas por profissionais da atenção primária tendem a reconhecer os sinais de alerta com mais clareza. Febre persistente, dificuldade para respirar e recusa alimentar indicam que a criança deve ser encaminhada ao pronto atendimento.
Dúvidas sobre a vacinação, sinais clínicos e cuidados em casa devem ser sanadas diretamente com agentes de saúde dos bairros. A aproximação entre comunidade e sistema público fortalece a resposta diante do aumento de casos respiratórios.
• A vacinação reduz internações por SRAG entre crianças pequenas
• Hospital Joana de Gusmão opera no limite com casos graves
• Vírus respiratórios circulam antes mesmo da chegada do inverno
• Pais devem buscar postos de saúde ao menor sinal de sintomas leves
• Higiene das mãos, ventilação e etiqueta respiratória são essenciais
• Dados técnicos confirmam avanço precoce de internações em SC