Silvinei Vasques vai para o PSD. As implicações para João Rodrigues e Jorginho Mello

A chegada do Silvinei Vasques no PSD ocorre em paralelo à eleição de Júlio Garcia para presidência da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, configurando um cenário que sugere uma reorganização significativa do tabuleiro político catarinense. As movimentações indicariam uma articulação maior em curso.

Um ano de prisão

A pessoa de Silvinei Vasques tornou-se emblemática por ter  apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foi preso a mando do STF que tem usado do recurso da retirada de liberdade como instrumento para forçar delações que possam incriminar Bolsonaro de alguma forma. Vasques permaneceu preso por aproximadamente um ano suportando o terrível sofrimento da perda de liberdade e os danos psicológicos decorrentes da situação.

A direita abunda em número de oportunistas e aproveitadores. Silvinei Vasques é uma exceção, pois foi um dos poucos que até o momento pagou um preço altíssimo; o da perseguição, perda do cargo efetivo federal e o sofrimento emocional decorrente da prisão. Tudo isto lança holofotes sobre sua pessoa e o faz merecedor do apoio de milhares de eleitores por toda Santa Catarina e o Brasil.

Ao arrepio do Devido Processo Legal

A prisão de Silvinei Vasques acusado de “interferir nas eleições” foi uma escancarada manifestação de perseguição e de atuação ao arrepio do Devido Processo Legal por parte do STF. O Brasil vai se assumindo como republiqueta banana comandada por tiranetes, enquanto 216 milhões de brasileiros se calam ou aplaudem os absurdos cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes.

As Implicações para João Rodrigues

A presença de figuras expressivas fortalece a pré-candidatura de João Rodrigues ao governo do estado. A ida de Vasques para o PSD valida o partido, ao mesmo tempo que o prefeito de Chapecó encontra um cenário mais favorável para consolidar seu projeto político.

O Recado ao PL de Jorginho Mello

A opção pelo PSD, em detrimento do PL, levanta um sério questionamento do porquê pessoas ligadas à direita optam por outra sigla que não a do governador de Santa Catarina. Será que o governador de Santa Catarina não é realmente de direita, embora esteja filiado ao mesmo partido de Jair Bolsonaro? Uma leitura imediata que a circunstância suporta é que parte da direita não está com Jorginho Mello que tem se mantido calado (para não dizer omisso) perante o gravíssimo momento institucional e ético que o Brasil enfrenta.

Jorginho Mello também está colhendo o apoio que deu ao ingresso no PL de pessoas sem nenhuma identificação com a direita e que jamais pronunciaram uma palavra sequer em apoio a Jair Bolsonaro, que à revelia de seus acertos, erros, e limitações tornou-se icônico no Brasil por sua postura anti PT e pela tentativa de dar um fim à roubalheira institucionalizada na cultura política nacional.

Na última eleição a prefeito em Santa Catarina vimos o PL agir oportunisticamente apoiando candidatos que jamais foram de direita visando meramente ganhos eleitoral. O povo deu a resposta negando o voto a muitos candidatos que se lançaram pelo PL, sem falar que a imagem da sigla vai perdendo credibilidade.

Os Desafios do Apoio Partidário

Outra reflexão que deve ser feita é até onde o PSD está realmente disposto a apoiar Vasques. Até o presente momento, ele recebeu um cargo de secretário municipal de Desenvolvimento Econômico concedido pelo prefeito de São José, Orvino Coelho D´Ávila. Historicamente, esta secretaria sempre foi inexpressiva e sem nenhum peso. Outra mensagem teria sido dada, caso Vasques tivesse sido empossado Secretário de Projetos Especiais. Por um lado, agora é aguardar para ver se o ingresso de Vasques na prefeitura de São José foi, de fato, uma forma de apoio do prefeito Orvino ou se foi apenas um prêmio de consolação.

Nesta equação, também devemos aguardar para ver quem será apoiado pelo PSD nas próximas eleições a deputado daqui há 2 anos.