A Lagoa da Conceição, um dos principais patrimônios naturais de Florianópolis, atravessa uma das piores crises ambientais de sua história. O rompimento do reservatório da estação de tratamento de esgoto em 2021 expôs a fragilidade do ecossistema e evidenciou a urgência de medidas concretas.
Três anos depois, os resquícios desse desastre ainda impactam o meio ambiente e a qualidade de vida da população. Com sinais claros de contaminação e degradação, a lagoa depende da mobilização da sociedade e de cobranças efetivas para que soluções sejam implementadas.
Impactos ambientais em evidência
O ecossistema da Lagoa da Conceição enfrenta danos progressivos. A contaminação por esgoto compromete a qualidade da água, afetando a biodiversidade e ameaçando espécies aquáticas. Estudos apontam que o lançamento de efluentes sem tratamento adequado acelera o processo de eutrofização, resultando na proliferação de algas e na redução do oxigênio dissolvido.

A degradação também se reflete na perda de habitat de diversas espécies, alterando o equilíbrio natural da região. Ações emergenciais foram tomadas após o desastre, mas a permanência de estruturas provisórias, como os canos que bombeiam efluentes para as dunas, demonstra a falta de soluções definitivas.
Repercussões sociais e econômicas
Os impactos vão além do ambiental. Moradores e comerciantes enfrentam dificuldades decorrentes da degradação da lagoa. O turismo, um dos pilares econômicos da região, registra queda devido às condições precárias da água e ao receio de contaminação.
Além disso, pescadores locais sofrem com a diminuição de peixes e moluscos, afetando diretamente sua subsistência. Estudos indicam que a contaminação de corpos hídricos pode levar anos para ser revertida sem intervenção efetiva, tornando essencial uma resposta rápida para minimizar prejuízos.
A responsabilidade do poder público e da sociedade
O problema não se restringe às autoridades. A população desempenha papel fundamental na fiscalização e na pressão por soluções. Denúncias, participação em audiências e cobrança de políticas ambientais são passos essenciais para evitar novos desastres.
Medidas como a ampliação do saneamento, o monitoramento constante da qualidade da água e a recuperação da vegetação no entorno da lagoa precisam ser cobradas e implementadas. A inércia apenas agrava a situação e coloca em risco um dos maiores patrimônios naturais da capital catarinense.
Caminhos para a recuperação
Projetos de recuperação já foram apresentados, mas a execução de soluções definitivas avança lentamente. O investimento em infraestrutura para tratamento de esgoto e a remoção das medidas emergenciais existentes se tornam imprescindíveis para garantir a revitalização da lagoa.
Iniciativas comunitárias também se destacam, com grupos organizados promovendo conscientização e mobilização. A colaboração entre sociedade civil, poder público e entidades ambientais pode acelerar a recuperação desse ecossistema fragilizado.
- Contaminação da lagoa prejudica biodiversidade e turismo.
- Esgoto sem tratamento agrava a eutrofização e afeta peixes.
- Moradores e pescadores sofrem impactos sociais e econômicos.
- Pressão da população é essencial para avanço das soluções.
- Medidas emergenciais permanecem sem alternativas definitivas.
- Recuperação depende de investimento público e mobilização social.