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STJ libera penhora de criptomoedas em dívidas judiciais

Uma nova decisão do STJ muda o cenário jurídico brasileiro ao permitir a penhora de criptomoedas para quitação de dívidas. A medida, aprovada por unanimidade, marca um avanço no combate à ocultação de patrimônio em tempos digitais e promete reforçar a eficácia da execução judicial.

O caso julgado envolveu um credor que, mesmo após obter ganho de causa, não conseguiu localizar bens tradicionais do devedor. Com a autorização para acessar os criptoativos, a Justiça amplia seu alcance e sinaliza que nem mesmo os ativos digitais escapam da responsabilização patrimonial.

Criptomoedas entram na mira do judiciário

A ausência de regulamentação clara sobre criptomoedas nunca impediu seu uso crescente. Desde 2019, a Receita Federal obriga a declaração desses ativos, o que já demonstrava um reconhecimento fiscal implícito. O STJ, ao reconhecer a possibilidade de penhora, avança sobre uma área que até então permanecia juridicamente nebulosa.

STJ libera penhora de criptomoedas em dívidas judiciais

Ministros do tribunal reforçaram que um devedor deve responder com todos os bens que compõem seu patrimônio, independentemente de estarem em contas bancárias ou em carteiras digitais. A medida reflete um entendimento mais moderno sobre a composição patrimonial e resgata a efetividade das decisões judiciais.

Sistema CriptoJud pode acelerar bloqueios

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vem desenvolvendo uma plataforma batizada de CriptoJud. A ferramenta, ainda em fase de implementação, visa rastrear, bloquear e permitir a penhora de criptoativos de maneira mais ágil. A integração com exchanges e órgãos reguladores deverá ampliar a transparência e dificultar tentativas de ocultação de valores.

A expectativa é de que a ferramenta opere de forma semelhante ao BacenJud, que já permite o bloqueio de valores bancários em processos judiciais. Com a entrada do CriptoJud, o Judiciário passará a contar com mais um instrumento de pressão sobre devedores inadimplentes.

Especialistas destacam riscos e limites

Embora a decisão do STJ represente um avanço, juristas alertam para a necessidade de cuidado. Criptomoedas, por natureza, não são registradas em nomes específicos, o que exige perícia técnica para rastreamento. Endereços de carteiras podem ser anônimos, e sem colaboração das corretoras, a penhora se torna complexa.

Conforme apontado pelo advogado e especialista em direito digital Renato Opice Blum, “o processo de localização e bloqueio de criptoativos ainda depende muito da cooperação internacional e da atuação das exchanges, muitas vezes sediadas fora do país”. A efetividade da medida, portanto, ainda esbarra em entraves técnicos e jurídicos.

Decisão do STJ pode influenciar projetos de lei

No Congresso Nacional, propostas sobre a regulamentação das criptomoedas estão em andamento. A decisão do STJ pode funcionar como um catalisador, pressionando pela criação de uma legislação que garanta maior segurança jurídica tanto para investidores quanto para o sistema judicial.

O reconhecimento dos criptoativos como parte do patrimônio de um cidadão fortalece os argumentos dos que defendem regras mais claras e maior controle estatal sobre esse mercado. A penhora autorizada pelo STJ sinaliza que, mesmo em ambientes descentralizados, a lei encontra espaço para atuar.

Transparência fiscal ganha mais importância

Com a exigência de declaração à Receita Federal desde 2019, omitir a posse de criptomoedas já configura infração. Agora, com a decisão do STJ, a não declaração pode significar um risco duplo: além de enfrentar penalidades fiscais, o devedor poderá ser alvo de ações judiciais mais incisivas.

A decisão fortalece a tese de que os ativos digitais deixaram de ser meros experimentos financeiros. Ao serem tratados como bens sujeitos à penhora, passam a ocupar um novo lugar na estrutura patrimonial do cidadão brasileiro.

  • STJ autoriza penhora de criptomoedas para garantir dívidas judiciais
  • Decisão amplia possibilidades de execução patrimonial de devedores
  • Receita já exige declaração de criptoativos desde 2019
  • CNJ desenvolve sistema CriptoJud para facilitar bloqueios
  • Medida deve impactar projetos de regulamentação no Congresso

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